A emissão de poluentes decorrentes da utilização dos combustíveis fósseis – como os derivados de petróleo e o carvão – consome, a cada ano, mais de US$ 34 bilhões em gastos na área de saúde.
O impacto econômico dessas substâncias e, principalmente, seus efeitos sobre a saúde da população centralizaram as discussões do seminário “A poluição ambiental decorrente da utilização dos combustíveis fósseis ou renováveis: vantagens e desvantagens para o meio ambiente e a saúde da população”, realizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Segundo o diretor da ADS Tecnologia e Desenvolvimento Sustentável e consultor da União da Agroindústria Canavieira (Única), Alfred Szwarc, os veículos automotores são hoje a principal fonte de poluição do ar em todo o mundo. A Ásia, devido ao aumento de frota e falta de controle ambiental, é atualmente a região com maior índice de poluição. “É preciso lembrar que, embora tenha melhorado muito o desempenho dos combustíveis líquidos, isso requer elevados investimentos de refino”, comentou Szwarc, acrescentando que combustíveis renováveis como o etanol (álcool) e o biodiesel são neutros a questões como efeito estufa, altamente afetado pela queima do óleo diesel e da gasolina.
No Brasil, a maior parte dos veículos utiliza combustíveis derivados do petróleo (óleo combustível, gasolina e diesel). No entanto, segundo o diretor da divisão de Energia do Departamento de Infra-estrutura da Fiesp, Luiz Gonzaga Bertelli, o País tem condições privilegiadas para reverter esse quadro por contar com energéticos diversificados, como a água para a eletricidade e a cana-de-açúcar para o álcool, por exemplo. “Temos condições de dispor, a curtíssimo prazo, de uma matriz ecologicamente bem equilibrada, capaz de atender toda a demanda de combustíveis sem agredir o meio ambiente”, disse.