Mercado

Política tende a manter o protecionismo na agricultura

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, já se manifestou várias vezes em favor da inclusão do Brasil no conselho de segurança da Organização das Nações Unidas, destaca a importância do país no contexto mundial mas, no que se refere a comércio, o jogo endurece.

Quando na presidência da União Europeia, nos últimos seis meses do ano passado, manteve a posição intransigente, sendo seguido por seus pares, quanto a manutenção dos subsídios aos agricultores europeus, que praticamente inviabilizam boa parte das exportações Brasil e de países menos desenvolvidos para o velho continente.

Além disso, chegou a acusar o Brasil de praticar “dumping fiscal sem precedentes na produção de biocombustíveis”.

E afirmou também que “a Europa não pode ignorar os dispositivos de apoio implementados para desenvolver certos biocombustíveis”.

Como se não bastasse, destacou seu o principal consultor para questões agrícolas, Christophe Malvezin, para reforçar as críticas que formulara contra política do Brasil para o setor de combustíveis alternativos.

– A política do governo brasileiro, de reduzir impostos nesse setor, incita os consumidores a utilizarem etanol e comprarem carros a álcool. E reduz os encargos das empresas que produzem biocombustíveis e carros, criando distorções no mercado – disse Malvezin.

Nada indica que o atual presidente da União Europeia, Mirek Topolanek, primeiro-ministro checo, venha a alterar o protecionismo europeu. Liberal, chegou a atacar as medidas adotadas por Barack Obama e seus apelos para que a Europa injete mais dinheiro na economia.

No geral, a projeção do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior é de que em 2009 haja retração média de 20% nas exportações brasileiras, o que representaria embarques de US$ 160 bilhões até dezembro. A projeção não foi feita por mercados específicos mas, a manter-se a tendência, o fluxo de c omércio brasileiro com a União Europeia será mais afetado.