Os resultados dos setores de carnes, soja e algodão vão determinar o crescimento do produto interno bruto (PIB) do agronegócio em 2004. Estudo da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da USP – CEPEA – projeta o PIB agrícola em R$ 522,39 bilhões, 2,8% a mais que em 2003 e R$ 200 milhões acima do previsto em junho.
Getúlio Pernambuco, chefe do departamento econômico da CNA, diz que a revisão levou em conta o aquecimento em maio das áreas de insumos (0,25%) e das agroindústrias (0,11%). “A renda do setor vai crescer também em 2005, mas será em ritmo mais lento”, afirma Pernambuco.
Segundo a CNA, o valor bruto da produção (VBP) da agropecuária cresce este ano 4,1%, para R$ 183,7 bilhões. O setor de carnes será o segundo em receita, depois da soja, com elevação de 3,3%, para R$ 65,6 bilhões. A soja, mesmo com queda na produção, devido ao clima e ferrugem asiática, segue liderando o faturamento agrícola, com R$ 39,1 bilhões no ano, 9,9% acima de 2003. Em terceiro lugar aparece o milho, com queda no valor bruto de 27,1%, para R$ 13,7 bilhões, devido à produção 10% menor, de 42,67 milhões de toneladas. “Os preços em queda influenciarão negativamente a intenção de plantio da safra 2004/05”, disse.
A CNA destaca a previsão de aumento do VBP do algodão em 82,1%, para R$ 4,64 bilhões, graças às exportações que, até julho, cresceram 20%, para US$ 622 milhões e há estimativa de que atinjam US$ 1 bilhão no ano. Segundo Pernambuco, a maior participação do Brasil no exterior nos próximos anos dependerá do plantio de transgênicos, com custos menores.
A CNA estima superávit na balança do agronegócio de US$ 30 bilhões em 2004, com exportação de US$ 35 bilhões e importação de US$ 5 bilhões. O resultado é 16,3% superior ao de 2003. De janeiro a julho, as exportações subiram 37,2%, para US$ 22,24 bilhões. Os embarques de soja subiram 47,1%, para US$ 6,58 bilhões, enquanto o complexo carnes atingiu US$ 3,3 bilhões, 59,5% acima do registrado no mesmo período de 2003.