Dobrou este ano o número de famílias de pequenos agricultores no semi-árido do Piauí que participam do Projeto de Desenvolvimento Integrado e Sustentável do Agronegócio da Mamona, liderado pela Embrapa Meio-Norte. O número passou de 1.813 para 4 mil. Os municípios beneficiados saltaram de 14, no inicío do ano, para 28 agora em novembro, e estão concentrados nas microrregiões de São Raimundo Nonato e São João do Piauí, que são pólos de produção da mamona no estado.
Um acordo já assegurou a compra, pela empresa Brasil Ecodiesel, dona da maior usina de biodiesel do País, instalada no município de Floriano, a 244 quilômetros ao sul de Teresina, de toda a produção de mamona da safra 2005-2006, estimada em 8 mil toneladas. Cada produtor, que trabalha em um lote de dois hectares pertencente a ele mesmo, receberá R$ 640 por tonelada.
Nessa segunda etapa do projeto, que tem como parceiros da Embrapa Meio-Norte, Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o Banco do Brasil, Sebrae, os ministérios do Desenvolvimento Agrário e das Minas e Energia e prefeituras começa o processo de integração lavoura-pecuária com caprinos-ovinos ou apicultura – a opção é do produtor.
Cada família, segundo o pesquisador Francisco Brito, coordenador das ações da Embrapa no projeto, está recebendo do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar – Pronaf R$ 1.800 para o custeio da lavoura consorciada da mamona com o feijão-caupi. Ela recebe também mais R$ 1.700 para a compra de animais. O agricultor tem uma carência de dois anos para pagar o financiamento da lavoura, de uma só vez, com um desconto de R$ 200.
Para saldar a dívida do financiamento dos animais, também de uma só vez, o produtor tem uma carência de cinco anos, com desconto de R$ 700. Ainda neste ano agrícola, de acordo com Francisco Brito, o projeto vai financiar um kit de tração animal para o preparo do solo. O valor está estimado em R$ 1.500, com carência de 10 anos.
MAIS PRODUTIVIDADE – A Embrapa Meio-Norte continua trabalhando firme na rede de melhoramento genético da mamona. A Unidade pretende lançar, a médio prazo, novas variedades com mais produtividade e maior teor de óleo, que serão ofertadas também para outras regiões. Em Teresina, o trabalho está voltado à seleção de semente básica da variedade BRS 149 Nordestina. O objetivo é ofertá-las à produção de sementes fiscalizadas.