A Petrobras alterou parte do projeto de suas duas refinarias “premium”, que serão instaladas no Ceará e no Maranhão, para abrigar nelas o processamento do óleo que será extraído da camada pré-sal da Bacia de Santos. A informação foi dada hoje pelo diretor de Abastecimento da companhia, Paulo Roberto Costa. Segundo ele, inicialmente o projeto básico para ambas as unidades previa apenas o processamento do óleo pesado a ser produzido ainda no pós-sal. Essa alteração no projeto pode reduzir o custo final, disse o diretor. “Vamos otimizar estas unidades”, afirmou. Orçadas inicialmente em US$ 20 bilhões, as duas unidades terão capacidade para produzir até 900 mil barris por dia, quando estiverem em plena atividade, em 2015. Nessa mesma época, já terá sido instalada no pré-sal da Bacia de Santos parte dos oito navios-plataforma (FPSOs) destinados à produção do campo de Tupi, além de dois projet! os pilotos para os campos de Iara e de Guará, cada um com capacidade para a produção de 120 mil barris por dia. Gasolina A Petrobras pode reduzir em até 20% sua produção de gasolina no País para se adaptar ao mercado consumidor doméstico, que está priorizando o álcool combustível, segundo Costa. De acordo com ele, a companhia está priorizando algumas correntes nas refinarias para aumentar a produção de diesel e de nafta, produtos em que o País é deficitário, reduzindo o volume de gasolina paulatinamente. “É claro que isso não é uma decisão definitiva, mas sim flexível, porque às vezes o mercado internacional de gasolina acaba favorecendo a exportação deste derivado, ou mesmo no caso do mercado interno uma hora ou outra o álcool acaba sendo mais ou menos competitivo e a gasolina tem que estar disponível para estes ajustes”, ressaltou. Segundo ele, por conta das alternâncias de correntes nas refinarias, por exemplo, já foi possível aumentar a produção de diesel no País em 2009 em! 35 mil barris por dia em média. Este aumento de produção, somado a dois fatores sazonais, que foram a queda de consumo deste produto devido à crise financeira, e também ao não acionamento das usinas térmicas este ano, fizeram com que as importações de diesel caíssem em 2009. “Estamos importando em torno de 40 mil barris por dia ante a média de 100 mil barris por dia em 2008”, frisou Costa. Ele acredita que principalmente por conta desta redução das importações, a balança comercial da Petrobras deverá encerrar o ano positiva “não somente em volumes, como no ano passado, mas também em valores”. Etanol A Petrobras está estudando a possibilidade de comprar uma grande usina de etanol no País, confirmou o diretor de Abastecimento e Refino da estatal, sem dar maiores detalhes de quais são os negócios em vista. “A Petrobras é uma empresa de grande porte. Se ela decide que vai participar de um segmento não é para ser a última, mas sim para estar entre as primeiras, as maiores”, disse, desta! cando que trata-se de um grande empreendimento. Ele lembrou que a companhia deve concluir já no final de 2010 pelo menos dois trechos do alcoolduto, que vai ligar Senador Canedo, em Goiás, à Paulínia (SP). O empreendimento é tocado por um consórcio privado, com participação minoritária da Petrobras. Os dois primeiros trechos devem ir de Paulínia a Ribeirão Preto (SP) e depois de lá para Uberaba (MG). O terceiro trecho, de Uberaba a Senador Canedo, será concluído até o final de 2011. “Há vários projetos neste segmento, entre eles o de construção de uma hidrovia, ou de participação em outros negócios”, destacou. Na área de biocombustíveis, Costa ressaltou que a Petrobras também está flertando com várias possibilidades de aquisição ou composição de parcerias de unidades de produção, além de estudos para construir usinas de biodiesel. Nesta última alternativa já há, inclusive, a localização desta que seria a quarta unidade da empresa nesta área. “Estamos estudando o Pará”, confirmou o diretor. Pelos planos da Petrobras, há a intenção de dobrar a atual produção de biodiesel de 1,3 milhão de metros cúbicos por ano para 2,6 milhões de metros cúbicos por ano em 2013. “Isso virá das novas parcerias, das aquisições, construção de novas usinas e até do desgargalamento das unidades já existentes, que podem aumentar sua produção em até 50%”, comentou o diretor. Comperj Costa afirmou também que a companhia assinou este mês mais “alguns” memorandos com empresas estrangeiras interessadas em participar da composição acionária para a segunda geração do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). “Há interesse de várias companhias internacionais no negócio”, comentou. Os memorandos estão sob regras de confidencialidade e detalhes não podem ser revelados, disse Costa. Segundo ele, o projeto do Comperj está dentro do seu cronograma, com 45% da terraplenagem já concluída. Duas de quatro licitações lançadas pela companhia, de acordo com Costa, foram suspensas por conta de preços excessivos: para as unidades de destilação e de coque. Estão no mercado no momento duas licitações para a construção das unidades de HDT de nafta e de coque, e ainda uma licitação inédita no País para uma unidade de HCC. O diretor também confirmou que está dentro do cronograma previsto a realização das obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, cujo contrato final com a sócia venezuelana PDVSA será assinado no dia 28 de setembro em reunião na Isla Margarita. “Estamos finalizando alguns ajustes apenas”, disse Costa. A Petrobras terá 60% de participação na unidade e a PDVSA os outros 40%.
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Petrobras vai adaptar 2 refinarias premium para pré-sal
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