Mercado

Petrobrás terá alcoolduto em Goiás

A Petrobrás vai consolidando sua posição como exportadora de álcool. Ontem ela assinou com o governo de Goiás protocolo de intenções para a construção de um duto para o transporte do combustível produzido pelas usinas goianas para São Paulo, com investimentos previstos em R$ 500 milhões. A infra-estrutura será destinada à exportação do combustível, que este ano, podem atingir 2,5 bilhões de litros.

A tubulação irá até a Refinaria de Paulínia (Replan), na região metropolitana de Campinas. De lá, seguirá até o terminal marítimo de São Sebastião, litoral norte de São Paulo. O duto terá capacidade de transportar 4 bilhões de litros e é o primeiro de uma série de projetos para ampliar a infra-estrutura de transporte do combustível.

Ao assinar o convênio com o presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, o governador de Goiás, Marconi Perillo, informou que o Estado tem 14 usinas de cana em operação, outras 6 em construção e há a previsão de construir mais 50 até 2010.

O diretor de Abastecimento e Refino da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, disse que a estatal deverá exportar este ano cerca de 250 milhões de litros de álcool combustível, volume cinco vezes maior do que o exportado pela companhia em 2005.

Além da Venezuela, única importadora a fechar com a estatal no ano passado, a Nigéria também está negociando a compra do combustível brasileiro.

Em dezembro, Petrobrás e a estatal japonesa Nippon Alcohol Hanbai criaram a empresa Brazil-Japan Alcohol, com o objetivo de avaliar o potencial de mercado para o álcool brasileiro no Japão, onde a mistura de 3% de álcool à gasolina já é permitida pela legislação. O primeiro embarque, de 20 milhões de litros, deve ser feito até 2008 e a expectativa é que o mercado local tenha capacidade para absorver 1,8 bilhão de litros por ano no futuro.

Pelo menos duas manifestações importantes animaram o mercado brasileiro de álcool nos últimos dias. Terça-feira, os donos do site de buscas Google estiveram em Piracicaba, interior de São Paulo, para conhecer uma usina de cana-de-açúcar. Larry Page e Sergei Brin aproveitaram uma visita ao Brasil para ver de perto a tecnologia nacional de produção de combustíveis renováveis, da qual tinham ouvido falar.

Na semana passada, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, citou os carros bicombustível brasileiros como exemplo para o futuro das montadoras e do mercado energético americanos. Os EUA pretendem incentivar o desenvolvimento de tecnologias para reduzir a dependência do petróleo.

SUPERÁVIT

O diretor de Abastecimento da Petrobrás informou ontem que a estatal deverá contabilizar em 2006 um superávit de US$ 3 bilhões em sua balança comercial de petróleo e derivados. O montante, segundo Costa, comprova a auto-suficiência da companhia na produção de petróleo, apesar do volume de óleo que ainda continuará a ser importado. Ele lembrou que no último trimestre de 2005, a Petrobrás já havia registrado superávit, mas no acumulado do ano passado, o resultado foi negativo. COLABOROU: NICOLA PAMPLONA