Mercado

Petrobrás terá 15% do setor de etanol, diz Lobão

Uma semana depois de o governo editar uma Medida Provisória (MP) dando ao etanol o status de combustível, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, anunciou ontem que a Petrobrás vai aumentar sua participação na produção de álcool anidro dos atuais 5% para até 15% nos próximos quatro anos. A decisão foi anunciada depois de uma reunião de mais de três horas com a presidente Dilma Rousseff, no Palácio da Alvorada.

Depois da disparada dos preços dos combustíveis nos postos nas últimas semanas, Lobão garantiu que o cenário se inverterá a partir da próxima semana, com o aumento da produção da safra de álcool nas destilarias. “Posso garantir que o preço do etanol cairá na próxima semana”, disse. “Já estamos com o abastecimento bastante bom.”

Quanto aos derivados de petróleo, Lobão disse que há nove anos não há aumento de preço nas refinarias e garantiu que continuará assim, pelo menos enquanto o preço do barril do mercado internacional continuar nos patamares atuais.

Com a edição da medida provisória que muda a margem de adição de álcool anidro à gasolina para 18% a 25%, o etanol ganha o status de “produto estratégico” para o governo. Isso ocorrerá porque ao submeter a produção de etanol ao crivo da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a entidade terá o direito de intervir na exportação do combustível quando julgar necessário para regular o mercado.

Com a mudança, os contratos de exportação de álcool terão de ser validados pela ANP. Até agora, na avaliação do governo, com o etanol sendo classificado como produto agrícola, não havia controle sobre as operações e os usineiros ajustavam a produção de álcool e de açúcar de acordo com a conveniência de mercado, buscando melhores preços. A ANP também ganhará poder de gerenciamento sobre estoques.

Belo Monte. O governo vai desencadear uma ação coordenada, com vários ministérios, para acelerar as obras da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. Essa foi outra decisão da reunião entre Lobão e a presidente Dilma. Segundo Lobão, a usina é prioridade, da qual o governo federal não abre mão. Ele disse que apresentou à presidente um relatório sobre as dificuldades que têm retardado as obras da hidrelétrica.