
A Petrobras reafirma sua saída do setor sucroenergético, no qual é sócia da francesa Tereos Internacional, do Grupo São Martinho e da companhia Turdus.
Ao todo, a empresa de controle estatal é sócia de dez usinas de cana-de-açúcar, incluindo uma em Moçambique.
A reafirmação da saída da Petrobras do setor de biocombustíveis está em comunicado no qual a diretoria da empresa promete reduzir a alavancagem (relação entre dívida e geração de caixa).
Segundo a diretoria da empresa, uma das métricas principais estabelecidas no Plano de Negócios (PNG) 2017-2021 é a antecipação em dois anos da redução do nível de alavancagem para a metade do atual.
Essa antecipação, emenda, será alcançada com importantes ações de gestão e planejamento: otimização dos investimentos, redução de gastos operacionais, desinvestimentos e parcerias.
A redução da alavancagem compõe a primeira etapa do Plano de Negócios e visa trazer, ao final dos dois primeiros anos, uma melhora na nossa classificação de risco e a consequente redução nos juros que pagamos em novos empréstimos.
Para se ter ideia, a Petrobras gastou US$ 6,3 bilhões de juros em 2015, mais de três vezes o valor destinado ao mesmo fim em 2009 (US$ 1,7 bilhão).
Nos nove meses encerrados em setembro, foi registrado gastos de US$ 5,3 bilhões com juros.
A taxa de alavancagem chegou a 5,3 em 2015 e a meta, “ousada mas necessária”, é reduzi-la para 2,5 até 2018. A empresa fechou o terceiro trimestre deste ano com uma taxa de 4,07.
“Para chegar lá, seremos mais seletivos no uso do capital. A redução de investimentos programada para o período é de US$ 24,3 bilhões, de US$ 98,4 bilhões para US$ 74,1 bilhões, ou 25% a menos do que estava programado no plano anterior”, relata a empresa em comunicado.
Conclusão
A otimização dos investimentos também será possível graças à conclusão de parcerias e a desinvestimentos.
O montante previsto para os desinvestimentos e parcerias é de US$ 19,5 bilhões nos anos de 2017 e 2018. “Estimamos, ainda, que elas vão viabilizar investimentos de US$ 40 bilhões no país nos próximos dez anos”, informa.
“O nosso plano estratégico prevê que sairemos das atividades de produção de biocombustíveis, distribuição de GLP (gás de cozinha), produção de fertilizantes e de participações em petroquímicas”, atesta a empresa.