Mercado

Petrobras quer ser líder na exportação de álcool

De olho no mercado potencial do uso do álcool combustível, principalmente adicionado à gasolina, em vários países do mundo — como China e Japão — a Petrobras já começou a se preparar: a companhia quer se tornar a maior exportadora de álcool no país em pouco tempo. O diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, revelou que, com esse objetivo, a companhia já está avaliando possíveis clientes como Venezuela, Japão e China.

Ao mesmo tempo, por acreditar na viabilidade desses negócios, a Petrobras já tem pronto um plano que prevê investimentos da ordem de US$320 milhões, a maior parte até 2007, para estabelecer no país uma das maiores logísticas de exportação de álcool.

Vendas para a Venezuela começam mês que vem

Pelos planos da Petrobras, dentro de dois anos ela terá uma infra-estrutura logística com capacidade para exportar, pelo Porto do Rio de Janeiro, nada menos que 4 bilhões de litros de álcool por ano, chegando a 8 bilhões de litros por ano entre 2010 e 2011. No ano passado, os produtores exportaram um total de 2,5 bilhões de litros de álcool. Mas a maior parte não era para fins automotivos.

O diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, explicou que a decisão de se tornar exportadora de álcool se deve ao fato de a empresa ter como meta se transformar em uma companhia de energia, sem se limitar à produção de petróleo.

— Temos infra-estrutura no país e no exterior. Ao mesmo tempo, diversas empresas falaram que estão interessadas em comprar álcool da Petrobras — explicou Costa, ressaltando que a empresa não vai entrar na produção.

Em julho a Petrobras começa a exportar álcool para a Venezuela. Inicialmente serão duas cargas de 25 milhões de litros cada. O diretor disse que outras estão sendo negociadas.

Costa lembrou que se o Japão, por exemplo, vier a misturar 3% de álcool na gasolina, como em estudo hoje, vai demandar um volume igual ao exportado pelo Brasil em 2004 (de 2,5 bilhões de litros). Na China, nove províncias já têm autorização para adicionar 10% de álcool à gasolina.