A estatal Petrobras estuda transportar álcool combustível a partir de fazendas e destilarias localizadas na fronteira do Estado do Mato Grosso para São Paulo por meio dos rios Paraná e Tietê, e dos Estados de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco e Piauí por meio do rio São Francisco, disse Sillas Oliva Filho, diretor de vendas do setor de etanol da empresa, às agências internacionais.
A empresa, que poderá começar a construir este ano alcoodutos com 1.000 quilômetros de extensão, ao custo de US$ 750 milhões, em parceria com a japonesa Mitsui Co., precisa expandir seus sistemas de transporte de etanol para cumprir os planos de quadruplicar suas exportações para 3,5 bilhões de litros até 2011, comparativamente aos 850 milhões de litros atuais, disse.
Os sistemas de transporte, ainda em suas fases preliminares de estudo, estão entre as rotas de transporte mais prováveis em áreas onde o Brasil pretende expandir sua produção de cana-de-açúcar e etanol, disse Oliva. Se forem feitos investimentos adequados em portos, eclusas, balsas e outros tipos de infra-estrutura de transporte, as vias fluviais poderão ser utilizadas por outras safras, como as de soja e de algodão, disse ele.
“Nós não estamos pensando em novos dutos, mas em sistemas logísticos”, disse ele. “Pense em áreas como as de cultivo de cana-de-açúcar. Esse é o tipo de logística que precisa ser implementada.”
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O sistema de 1.250 quilômetros dos rios Paraná e Tietê conduziria o etanol das crescentes regiões agrícolas dos Estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná e São Paulo para o complexo de refino da Petrobras em Paulínia (SP), próximo à cidade de Campinas, disse Oliva.
Lá, o etanol poderá ser colocado no duto que está sendo projetado pela Petrobras e ser transportado para o porto de Santos, o maior da América Latina, segundo Oliva. O combustível também poderia ser utilizado em misturas com outros combustíveis e destinado ao consumo interno.
A gasolina comercializada no Brasil contém cerca de 25 por cento de etanol. O Brasil é o segundo maior consumidor mundial de etanol como combustível automotivo, atrás apenas dos EUA.
A rota do rio São Francisco tem a vantagem de dispor de mais de 2.000 quilômetros de rios navegáveis, que permitiriam aos caminhões-tanque de etanol transferirem suas cargas para balsas e enviá-las para Petrolina (PE), ao norte, disse ele.
