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Petrobras não vai importar gasolina até setembro

O diretor de Abastecimento e Refino da Petrobras, Paulo Roberto Costa, disse ontem que a companhia não pretende importar gasolina em agosto para suprir a demanda interna, mas não descarta que a importação seja necessária já em setembro. Segundo ele, os estoques atuais e a capacidade de refino da empresa atendem o consumo pelos próximos 30 dias, mas o ritmo do crescimento da demanda está muito superior ao esperado.

Apesar disso, na opinião do presidente do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do Ceará (Sindipostos), Guilherme Meireles, não deve faltar gasolina no Estado, apesar da forte demanda pelo combustível. “Faltar não falta, mas o etanol não está vendendo nada. Acabou-se a venda de etanol. Ou fazemos uma política nacional para esse combustível, ou não vai ter mais”, afirma.

Ele discorda de que a Petrobras tenha condição de refinar petróleo suficiente para dar conta da demanda, que esqueceu do etanol. “Teve posto que comprou etanol a R$ 2,10 do distribuidor”, exclama.

Consumo

Em níveis gerais, a estatal registrou um crescimento médio de 6% este ano no consumo de combustíveis ante o ano passado, quando a demanda já havia crescido 10% sobre o ano anterior. “É um ritmo muito acelerado e especialmente vindo de uma frota nova, de carros importados, que consomem diesel ou gasolina e não tem a opção de usar etanol”, disse, destacando ainda que a migração do consumidor de etanol para a gasolina, verificada no primeiro semestre durante a entressafra da cana, e que elevou os preços do combustível não se reverteu na proporção esperada pela Petrobras.

Na semana passada, o presidente da estatal, José Sergio Gabrielli havia afirmado que a companhia certamente precisará importar gasolina este ano, independente de a mistura de etanol ser ou não reduzida, exatamente por conta do elevado crescimento da demanda. “Nós avaliamos o consumo dia a dia. Sei que até 5 de setembro não precisamos importar. Mas não posso dizer o mesmo sobre o dia 6”, disse Roberto Costa.

Costa destacou ainda que paradas programadas em refinarias no segundo semestre podem contribuir para agravar a relação oferta versus demanda. “Temos paradas ainda nos próximos meses e podem haver outras não programadas”, disse.