O presidente da Petrobras Biocombustíveis, Alan Kardec, disse hoje que o governo estuda antecipar a adição de biocombustíveis dos atuais 3% para 4% no diesel, a partir do segundo semestre deste ano. De acordo com ele, a medida estaria sendo estudada uma vez que a capacidade de produção no Brasil é hoje maior do que o consumo. Ele enfatizou, porém que a definição irá depender do preço. A meta do governo é ampliar a mistura para 5% até 2013. A Petrobras possui hoje três usinas em operação, incluindo a de Candeias (BA), Quixadá (CE) e a de Montes Claros, no norte de Minas Gerais, que será inaugurada oficialmente na próxima segunda-feira pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Juntas as três unidades têm uma capacidade instalada para a produção de 170 milhões de litros de biodiesel por ano, o que representa 13% do mercado brasileiro. No País, conforme Kardec, a produção atinge 3,3 bilhões de litros por ano, enquanto o consumo chega a 1,4 bilhão de litros/ano. De acordo com ele, ainda que o volume produzido seja maior do que o consumo, “o governo não pode criar a demanda sem a garantia de oferta”. A proposta será discutida por vários ministérios. A Usina Darcy Ribeiro, em Montes Claros, iniciou as operações em janeiro deste ano e demandou investimentos de R$ 95 milhões, com uma capacidade instalada para a produção de 57 milhões de litros, mas já existe um plano de investimentos de US$ 10 milhões adicionais, para ampliar a capacidade para 80 milhões de litros/ano até 2013. A matéria-prima utilizada inicialmente em Montes Claros foi a soja. Em fevereiro, porém, foi iniciado o processo que permite a flexibilidade no uso de outros tipos de oleaginosas, para poder produzir o diesel a partir do caroço de algodão, macaúba e futuramente também o sebo bovino. De acordo com o presidente da Petrobras Biocombustíveis, no último leilão de Biodiesel realizado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), em março, a usina de Montes Claros comercializou toda a produção prevista para os próximos três meses. Kardec reiterou que o combustível continua competitivo, mesmo com o custo do barril do petróleo a US$ 40. “Além do viés econômico, o mundo precisa colocar na matriz energética um porcentual de energia renovável e o biocombustível é um componente importante”, disse. Aquisições Kardec afirmou também que o orçamento previsto para a subsidiária dentro do Plano de Negócios da estatal cita um volume de US$ 3,3 bilhões no período de 2009 a 2013. Deste montante, de acordo com ele, 80% serão destinados a projetos de etanol e 20% de biodiesel. Ele enfatizou, porém, que apesar da crise que o setor sucroalcooleiro enfrenta no momento, a companhia não estuda a aquisição de ativos de empresas em dificuldade. “Não pretendemos atuar como banco, mas como parceiros”, afirmou. A meta da companhia é compor uma sociedade tripartite, da qual a Petrobras e outro “ator” com presença no mercado internacional – que teria como função garantir mercado por pelo menos dez anos – entrariam como minoritários e o setor produtivo como majoritário. A companhia pretende atingir um volume de exportações de 1,9 bilhão de litros anuais e destinar 1,8 bilhão de litros/ano para o mercado interno até 2013. “Não queremos disputar o mercado produtor, mas pretendemos capturar 20% do crescimento do mercado de etanol no Brasil”. Conforme Kardec, o mercado de etanol foi mais afetado pela crise financeira internacional, mas vem se estruturando. “É um soluço que esperamos seja de curto prazo”, afirmou.
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Petrobras: governo estuda antecipar mistura de biodiesel
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