A Petrobras criará, nos próximos dois meses, uma subsidiária para cuidar de biocombustíveis e etanol, informou, em entrevista ao Globo, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. No comando está o ex-gerente de Refino e hoje assessor do presidente da estatal na área de biocombustíveis, Alan Kardec, que acabou ganhando a empresa como prêmio de consolação, depois que foi derrotado na disputa interna pelo comando da diretoria de Abastecimento da Petrobras, da cota do PP desde o governo Fernando Henrique Cardoso. Kardec é apoiado pelo PT, setores do PMDB e sindicalistas.
A decisão de criar a subsidiária foi sacramentada segunda-feira, na reunião do Conselho de Administração da Petrobras, quando se confirmou o técnico Jorge Zelada para a diretoria Internacional, sob patrocínio do PMDB de Minas Gerais. A Kardec e Zelada se somam outros apadrinhados políticos no comando da estatal, como o próprio presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, indicação do governador da Bahia, Jaques Wagner.
O mesmo acontece nas grandes instituições financeiras federais: na Caixa Econômica Federal, os 12 cargos de comando são ocupados por pessoas com ligações políticas. Já no Banco do Brasil (BB), são seis em dez. PT e PMDB reúnem o maior número de apadrinhados. Mas o loteamento político de cargos em companhias e bancos estatais é condenado por analistas, que apontam sérias conseqüências para a gestão dessas instituições.