A Petrobras planeja investir em um terminal portuário de álcool na Ásia. O local mais provável para este investimento deverá ser a China, segundo Marcelino Guedes Gomes, gerente geral de novos projetos da Transpetro, subsidiária da Petrobras.
“Este projeto está em fase de estudos”, disse Gomes. Segundo ele, o terminal terá estrutura para recepcionar álcool, óleo combustível e petróleo. Para Gomes, a China é o local mais adequado porque possui terminal alfandegado, o que facilitaria os negócios da Petrobras em Singapura e no Japão. “Temos um grupo de trabalho que estuda a viabilidade desses investimentos.”
A Petrobras deverá participar em junho de uma missão na China, junto com empresários e tradings do Brasil, onde o assunto deverá ser discutido. “A vantagem da China é que o país é demandante de energia”, afirmou Gomes, que participou ontem do seminário internacional de açúcar e álcool, promovido pela consultoria alemã F.O. Licht.
O álcool voltou aos planos da estatal brasileira. A empresa pretende, inclusive, criar uma trading para negociar álcool nos mercado interno e externo.
Atualmente, a estatal tem um protocolo de intenções assinado com o governo da Venezuela para viabilizar a exportação do álcool brasileiro para aquele país. A Venezuela estuda misturar o álcool na gasolina, como já ocorre no Brasil, e exportar o combustível para os Estados Unidos. Gomes lembrou que a distribuidora de combustível venezuelana Citgo, controlada pela PDVSA nos EUA, tem forte penetração no mercado americano.
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No ano passado, a Petrobras anunciou, conforme adiantou o Valor, pesados investimentos em infra-estrutura logística para álcool. Os planos da Petrobras são de investir cerca de US$ 330 milhões nos próximos cinco anos em construção de dutos, que ligam as cidades paulistas produtoras de álcool à Paulínia (SP). De Paulínia, o álcool seria levado também por dutos até o terminal Olho D Água, no Rio de Janeiro, onde seria exportado.
Gomes disse que a Petrobras tem condições exportar hoje 2 bilhões de litros de álcool. A estatal já iniciou parte desses investimentos. O projeto está na chamada fase zero, o que contempla reparos e manutenção das estruturas de dutos já existentes da companhia.
A Petrobras informou ontem que a sua produção média no Brasil caiu 0,6% em fevereiro em relação a janeiro, para 1,524 milhão de barris diários de petróleo e LGN (gás associado ao petróleo). A queda foi causada pela parada programada da plataforma P-19, no campo de Marlim, em 26 de fevereiro, e que terminou ontem.
Somando a produção internacional, de 164,8 mil barris diários – alta de 0,6% contra janeiro – a produção de petróleo da estatal no mês passado atingiu 1,688 milhão de barris diários, queda de 0,5%.
