Mercado

Petrobras dá prioridade para preço e qualidade na exportação de álcool

Danielle Nogueira

A Petrobras está finalizando o modelo de contrato para exportação de álcool que compreende dois fatores principais: preço e qualidade do combustível. Quanto ao primeiro, a intenção da empresa é criar uma faixa de preços, com limites mínimo e máximo, de modo a controlar a oscilação do combustível. Na outra frente, a estatal pretende criar um selo, que ateste a qualidade da produção do álcool, considerando tanto os aspectos técnicos como as práticas de responsabilidade social. Os investimentos em energias renováveis para 2007, incluindo os projetos de álcool, serão de R$ 808,4 milhões.

A fórmula do preço é o componente mais complexo dos contratos, pois a idéia é que sejam contratos de longo prazo. “Não há um mercado internacional de álcool ainda. Daí a dificuldade. Uma coisa é vender uma carga de álcool, outra coisa é vender o combustível por dez ou quinze anos”, afirmou Almir Barbassa, diretor financeiro da estatal. A Petrobras já vendeu álcool para Venezuela e Nigéria e negocia com o Japão, onde o uso prioritário será para térmicas. A meta é que sejam exportados 3,5 bilhões de litros de álcool por ano, a partir de 2011.

Esta semana um carregamento de álcool foi enviado ao Japão para avaliar condições do transporte. O objetivo é identificar gargalos, demoras na entrega e perdas de combustíveis para assegurar a qualidade do serviço no futuro. Barbassa afirmou que a Petrobras pretende atuar na logística de exportação, incluindo alcoodutos e navios, e que estuda pequena participação na produção do combustível no Brasil.

O diretor financeiro disse ainda que a petrolífera estatal boliviana, YPFB, pediu que fosse adiada a transferência do controle das duas refinarias da Petrobras no país vizinho. A YPFB alega dificuldades no cumprimento das exigências burocráticas para concretizar a negociação. Barbassa confirmou o pagamento de US$ 56 milhões referentes à primeira parcela da compra das unidades, feito anteontem pelos bolivianos. A segunda parcela terá de ser feita até 11 de agosto.

Paralelamentea essas negociações, a Petrobras avança na produção de petróleo. Amanhã, haverá cerimônia de batismo da plataforma P-52, no estaleiro Brasfels, em Angra dos Reis. A unidade será ancorada n Campo de Roncador, na Bacia de Campos, e produzirá 180 mil barris por dia de petróleo.