Inspirada no ex-ministro da Fazenda Dilson Funaro – que, quando queria saber como andava a economia no governo José Sarney consultava pessoalmente um punhado de grandes empresários -, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) lançou ontem a pesquisa Sensor Fiesp. O estudo mede, entre os dias 15 e 20 de cada mês, as expectativas de agentes econômicos para o nível de atividade da indústria de transformação no próprio mês da coleta de dados. Em julho, o indicador ficou em 50,4 pontos, ante 52,7 pontos do mês anterior.
Um número acima de 50 representa aumento da atividade e, abaixo de 50, queda. O resultado de julho indica redução no ritmo de crescimento da indústria – o que vem ocorrendo desde abril. O novo indicador da Fiesp tem a menor defasagem de tempo (da medição até a divulgação) entre as pesquisas de conjuntura. Antes, esse posto era do índice PMI Banco Real, lançado este ano, apurado na metade de cada mês e publicado no primeiro dia útil do mês seguinte.
Mas uma das maiores diferenças entre estes indicadores é que o PMI do Banco Real consulta mais de 450 gerentes de compras de empresas brasileiras, enquanto a base do Sensor Fiesp é formada por 30 grandes empresas. Embora seja uma base pequena diante do tamanho da indústria brasileira de transformação, o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp, Paulo Francini – que foi assessor de Funaro -, considera o número da amostragem razoável, tendo em vista o objetivo da pesquisa de captar uma sensação e não uma realidade.
A Fiesp não relevou o faturamento das 30 empresas, divididas em nove macro-setores: alimentos e bebidas; têxtil; papel e celulose; álcool e refino de petróleo; produtos químicos, borracha e plástico; minerais não-metálicos; metal-mecânica; eletroeletrônica; e veículos e outros equipamentos de transportes. As empresas respondem questões sobre as condições de mercado, vendas, estoques, emprego e investimento. A pontuação do Sensor é dada pela média simples das respostas: aumento acentuado (100), aumento (75), igual (50), queda (25) e queda acentuada (0).