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Pesquisa desenvolve tinta de biomassa de cana resistente ao fogo

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Pesquisadores da Escola de Engenharia de Lorena (EEL) da USP desenvolveram uma tinta feita à partir do bagaço e palha da cana-de-açúcar utilizados como aditivo. Segundo os pesquisadores, a nova tinta melhora significativamente a absorção de som e diminui a propagação do fogo em um eventual incêndio, diferente das tintas látex comuns, que são inflamáveis. Os pesquisadores também utilizaram a lignina, uma macromolécula obtida do fracionamento do bagaço e da palha, para produção de resina fenólica e também para compor a formulação de tintas.

O professor Ângelo Capri Neto explica que o bagaço e a palha da cana foram escolhidos pela abundância nas regiões canavieiras e que, hoje, são rejeitos da indústria agrícola e precisam de uma destinação. “Além disso, a substituição parcial do petróleo pela fibra natural reduz o custo de produção e o impacto ambiental quando o material for descartado,” confirma.

Mas a maior preocupação dos pesquisadores era se a adição da biomassa à tinta poderia influenciar na aderência do produto acabado. “O resultado mostrou que não e, a partir daí, investigamos algumas outras propriedades do produto, tais como alteração da textura, absorção de sons e propagação de chamas após a aplicação do produto,” afirma o professor.

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De acordo com ele, a melhor absorção do som já era esperada, uma vez que ocorreu uma mudança da textura da tinta com a adição dos subprodutos da cana. “O produto apresentou um aumento significativo de absorção de som (15 decibéis) em relação à tinta sem aditivos (10 decibéis).

Mas diferentemente da realidade da palha in natura que é altamente energética e sua propagação ao fogo é alta, em relação a resistência ao fogo no produto, a pesquisa demonstrou que a palha da cana criou uma barreira, retardando o efeito de alta propagação em relação à outras tintas. (Fonte: USP)

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