Mercado

Pesagro vai testar cultivo de oleaginosas em Campos

Pesquisadores da Companhia de Pesquisas Agropecuárias do Estado do Rio de Janeiro (Pesagro) vão começar a testar o plantio de soja, amendoim, nabo forrageiro, gergelim e girassol em áreas onde tradicionalmente vem sendo cultivada cana-de-açúcar, em Campos, no Norte fluminense. O projeto Rotação de Oleaginosas no Plantio de Cana-de-Açúcar, segundo o coordenador, Arivaldo Ribeiro Viana, tem como objetivo analisar a capacidade de recuperação ambiental do solo pós-colheita e de produção de biodiesel com essas oleaginosas. A pesquisa integra o Programa RioBiodiesel e será financiada pela Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti). “Os resultados desse trabalho poderão trazer novas perspectivas econômicas, ambientais e sociais para a região”, observou Viana. O engenheiro agrônomo explicou que o uso de fogo nas lavouras de cana-de-açúcar, como parte do processo de colheita, leva ao empobrecimento do solo e à perda de importantes nutrientes como o nitrogênio. A pesquisa vai observar em que medida o plantio de oleaginosas contribuirá para a recuperação ambiental das áreas de cultivo e, conseqüentemente, da produtividade futura. Além disso, afirma o especialista, a rotação de culturas acena com a possibilidade de geração de renda no campo no período de entressafra da cana – vai de janeiro a maio – e de dinamizar a economia regional a partir da produção de biocombustível. Viana explicou que em 1993 esteve à frente de uma pesquisa com o uso de soja após a colheita de cana-de-açúcar na região. O trabalho se estendeu até 1998 com resultados positivos do ponto de vista da recuperação do solo e incremento da produtividade. O problema, segundo o pesquisador, é que naquele período não havia perspectiva de mercado para absorver a soja, o que acabou prejudicando os produtores. Na atualidade, com o incentivo do Governo federal à produção de biodiesel, e com o Programa RioBiodiesel, explicou, o estímulo à produção de oleaginosas na região terá novos desbobramentos. O projeto aprovado pela Secti, em dezembro último, terá repasse de R$ 68 mil. O trabalho começará com o plantio das oleaginosas até março próximo, em Campos. A colheita ocorrerá em 120 dias e, em seguida, será plantada cana-de-açúcar na mesma área. “Até dezembro já teremos resultados”, informou o coordenador. Ele acrescentou que cada planta tem características diferentes para a produção de biocombustível e que a soja representa uma das melhores alternativas, principalmente, pela adaptação ao clima do Norte e Noroeste fluminense. O nabo forrageiro, segundo o pesquisador, apresenta outra perspectiva positiva para a região já que pode ser plantado no inverno. (EO)

Cadeia do Biodiesel terá isenção de impostos estaduais

O Governo estadual deve anunciar brevemente uma isenção de impostos estaduais para a cadeia do biodiesel. O objetivo, segundo o subsecretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Educardo Cavalcanti, é tornar mais atrativos os negócios envolvendo a produção de biocombustível no Rio de Janeiro. Atuando também como coordenador do Programa RioBiodiesel, Cavalcanti destacou que a partir desde ano, o Estado começa a sair da fase de experimentação para a produção do combustível alternativo. O Rio de Janeiro que consome 160 milhões de litros de óleo diesel de petróleo, por mês, deverá produzir 4 milhões de litros de biodiesel em 2007 e 10 milhões de litros em 2006, segundo estimativas do subsecretário. “Teremos como diferencial a adição de 5% de biodiesel ao diesel comum, enquanto a obrigatoriedade em nível nacional, em 2008, será de 2%. Com essa iniciativa, qualquer empresa que esteja utilizando essa fonte renovável no Estado poderá ter projetos elegíveis para negociação de créditos de carbono”, afirmou Cavalcanti. Além das pesquisas no campo, serão investidos R$ 6 milhões, este ano, para criar infra-estrutura e implantar módulos de produção de biodiesel em Campos, Resende, Duque de Caxias e na cidade do Rio, em local a definir. Outras duas plantas esmagadoras de mamona e demais oleaginosas, semi-piloto, já foram implantadas em Itaocara e Campos, somando investimentos de R$122 mil. Os recursos são do Ministério da Ciência e Tecnologia e da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação.

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