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Perspectivas com Proinfa fazem Santa Elisa aumentar potência de térmica

A Companhia Energética Santa Elisa planeja aumentar a capacidade instalada da sua termelétrica para 80 MW. A empresa, que processa diariamente 35 mil toneladas de cana-de-açúcar, atua como auto-produtor há mais de 50 anos.

Segundo Maurílio Biagi Filho, membro do Conselho de Administração da Cese, a ampliação da potência será possível com a implantação de equipamentos mais modernos na unidade, que aumentarão o rendimento de 65% para 86%. “O projeto está incluído no planejamento estratégico da empresa”, conta.

Ele diz que a falta de energia confiável no Brasil e as possibilidades de bons ganhos na área motivaram a entrada da empresa na geração de energia elétrica. “A energia sempre foi uma preocupação da nossa indústria. Nossa capacidade instalada aumentou de 10 MW para 60 MW nesse ano”, lembra.

A Cese consome a metade da energia gerada para produzir 1,5 milhão de litros de álcool e 3.000 toneladas de açúcar. O restante é negociado com a CPFL Energia, que tem contrato com a empresa há 12 anos. O executivo lembra que a empresa foi a primeira indústria do Brasil a firmar um contrato de longo prazo para venda de excedente com uma concessionária.

Ele conta ainda que a Cese também foi pioneira na negociação bilateral. “Vendemos energia via Enron para uma indústria de São Paulo há quatro anos”, cita. Sobre o aumento da potência, Biagi conta que o objetivo é a participação da empresa na chamada pública do Proinfa (Programa de Incentivo a Fontes Alternativas).

“Teremos mais 20 MW para ofertar no mercado”, comenta. Essa capacidade instalada só está levando em consideração o potencial do bagaço gerado pelo processamento da cana-de-açúcar. A expectativa inicial, diz Biagi, é que a remuneração no programa fique em R$ 130 por MWh. No entanto, a proposta do governo prevê uma remuneração de R$ 110.

O executivo diz ainda que a empresa já está fazendo alguns testes com a palha do produto para estudar sua viabilidade econômica. “A palha tem um potencial energético 50% maior que o bagaço, entretanto o custo para recolher o produto aumenta o preço da geração”, explica.