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Pernambuco teve maior desempenho desde 2003

Pernambuco registrou um crescimento de 7,8% do seu Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre de 2010, que foi o maior desde 2003, comparando com o mesmo período do ano anterior. O PIB mede todas as riquezas produzidas numa determinada região. Geralmente, os números do primeiro trimestre são baixos porque a economia está menos aquecida. No País, este percentual ficou em 9%.

“É um número a ser comemorado porque a economia pernambucana resistiu aos efeitos da crise”, disse o diretor executivo de Estudos, Pesquisa e Estatística da Agência Estadual de Planejamento e Pesquisa de Pernambuco (Condepe-Fidem), Maurílio Lima. Segundo ele, o PIB nacional apresentou um crescimento maior sobre uma base mais fraca porque o PIB nacional teve uma ligeira queda de 0,2% em 2009, enquanto o Estado cresceu 3,8% no ano passado.

Nos três primeiros meses deste ano, o crescimento do Estado foi puxado pela indústria, que registrou uma alta de 12,4%, influenciada por setores como a construção civil (17,6%), alimentos e bebidas (3,9%), metalurgia (45,1%) e material elétrico (40%). “Esses segmentos continuarão aumentando a sua produção e tendo um crescimento sustentável”, explicou Lima. A indústria tem um peso de 21,9% no PIB pernambucano.

Na opinião dele, o crescimento desses setores é sustentável porque decorre de investimentos produtivos, que vão contribuir para a diversificação da economia pernambucana, como o Estaleiro Atlântico Sul (EAS), a Refinaria Abreu e Lima, o pólo farmacoquímico, entre outros empreendimentos que estão se implantando no Estado.

Os grandes empreendimentos contribuíram para o crescimento de 6,5% dos serviços, segmento que responde por 73,3% do PIB pernambucano. “Esse setor é diretamente atingido pelo aumento do setor produtivo”, afirmou o economista do Condepe-Fidem, Rodolfo Guimarães. Foram registrados os crescimentos de 17% em transporte, 11,8% no comércio e 13% em alojamento e alimentação.

O setor que não teve uma boa performance foi a agropecuária com uma redução de 4,2% no primeiro trimestre deste ano. As lavouras temporárias registraram uma queda de 13,3% na sua produção, puxada pelas seguintes culturas: feijão (-21,9%), cebola (-26%) e cana-de-açúcar (0,3%). “Os efeitos climáticos, como o El Niño, afetaram essas culturas que dependem das chuvas. A cana-de-açúcar que tem um peso grande ficou estável”, explicou Lima.

“A agropecuária teve uma performance ruim nesse primeiro trimestre, mas há uma tendência de recuperação, principalmente na pecuária avícola, que é forte no Estado”, comentou Lima. A economia do Estado também registrou um aumento de 10% nos impostos. “São incluídos aí os tributos embutidos nos preços dos produtos porque eles incidem sobre a produção ”, destacou Guimarães.