Mercado

Pequeno organizado se torna um gigante competitivo

A Colômbia, país quase sempre lembrado pela produção e tráfico de drogas e pela guerrilha, possui, em contrapartida, diversas outras atividades dignas de destaque. A de açúcar é uma delas.

O volume anual de produção de açúcar da Colômbia é pequeno. O país mói quase 20 milhões de toneladas de cana. Apenas para efeito de comparação, os números de toda Colômbia são menores do que a moagem do Grupo Cosan, no Brasil. Contudo, exporta o expressivo volume de 1,12 milhão de toneladas de açúcar, figurando entre os oito maiores países exportadores.

Mas graças à organização e unidade entre produtores, a Colômbia tem-se transformado em um gigante organizado. Primeiro no setor entre os países andinos, o setor açucareiro colombiano tem muito a mostrar, sobretudo quando se fala em união de esforços.

O grande diferencial do setor canavieiro da Colômbia aparece em sua estrutura institucional. Há harmonia e organização entre o setor açucareiro e o governo, prova de que a união é o caminho para as conquistas do setor.

O setor açucareiro colombiano é totalmente integrado. A unidade do grupo é representada pela Associação de Cultivadores de Cana de Açúcar da Colômbia — Asocaña. É o braço visível dessa estrutura organizada, formada por usinas, pesquisadores e os principais fornecedores de cana.

O grau de organização atingiu tal profundidade que permitiu a formação, ainda em 1961, de uma só empresa responsável pelas exportações, a Comercializadora Internacional de Açúcares e Méis — Ciamsa, e a criação de um única instituição de pesquisas, o Cenicaña, em 1977.

Treze dos catorze “ingenios azucareros”, como são conhecidos as usinas de açúcar na Colômbia, se estendem ao longo do belo Valle Del Cauca e, nesta safra, alcançaram uma produtividade média de 13 toneladas de açúcar por hectare.

Números como esses levam a Colômbia não apenas ao topo da classificação entre os países andinos produtores de açúcar, mas conferem ao país o pódio de maior produtividade mundial de cana por hectare e de açúcar por hectare. Essa alta performance é atribuída aos constantes investimentos em variedades de alta produtividade, padronização do manejo e tratos culturais, irrigação e plantas industriais bastante equilibradas.

As indústrias são homogêneas, totalmente gerenciadas de forma empresarial. E esta visão empresarial pode ser conferida a partir da seriedade com que os colombianos tratam a questão da qualidade, afinal todas as 14 unidade acucareiras são certificadas pela ISO 9000. Na ISO 14000, duas já obtiveram a certificação. O restante está em processo de certificação. Também visando a qualidade, a automação ocupa lugar de destaque nos investimentos das usinas.

** Confira a matéria completa na edição de fevereiro do JornalCana.

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