Mercado

Pela 1ª vez desde 66, moeda brasileira terá valorização anual frente ao dólar

Pela primeira vez desde 1966, o dólar deve fechar um ano com depreciação frente a uma moeda brasileira, segundo levantamento realizado pela Economática, consultoria especializada em informação financeira.

A 15 dias para o final de 2003, a moeda americana acumula no ano uma queda em torno de 17%. No último dia útil do ano passado, US$ 1 era vendido por R$ 3,545.

Devido às tensões eleitorais, o dólar chegou a ser negociado pela máxima histórica de R$ 4,005, durante a sessão do dia 10 de outubro de 2002, quando fechou a R$ 3,99.

O compromisso do governo Lula com a política econômica do antecessor (basicamente, juro alto e economia estagnada para conter a inflação e redução do investimento social para pagar credores) tranquilizou os investidores estrangeiros, antes receosos em relação à possibilidade de um calote na dívida externa.

Com isso, o mercado internacional voltou a emprestar dinheiro para o governo, bancos e empresas brasileiros. Os dólares retornaram ao país na forma de capital de curto prazo (como o dinheiro aplicado pelos estrangeiros na Bovespa) e também via exportações. A melhora da balança comercial favoreceu a elevação da perspectiva das notas (“rating”) do Brasil pelas agências de classificação (Fitch e S&P).

A aprovação das reformas tributária e da Previdência no Congresso –uma das cobranças dos investidores estrangeiros– também contribuiu para uma reavaliação do risco Brasil pelo mercado financeiro.

Especialistas estimam que as captações externas privadas devem fechar o ano totalizando US$ 16,5 bilhões, um valor quase cinco vezes maior do que o registrado em 2002 (US$ 3,4 bilhões), quando o mercado internacional se fechou para o Brasil.