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Pedro Parente é o novo CEO da Bunge Brasil

A multinacional Bunge anunciou internamente ontem que Pedro Parente, ex-ministro do governo Fernando Henrique Cardoso e que vinha ocupando o cargo de vice-presidente executivo do grupo RBS, será o novo presidente da Bunge Brasil, a holding do grupo no País. Ele assumirá o cargo na segunda-feira. Tradicional em operações com grãos e fertilizantes, a Bunge vem ampliando significativamente suas atividades também no setor sucroalcooleiro. No final de 2009, anunciou a compra do controle do Grupo Moema.

A Bunge Brasil é a holding controladora das empresas Bunge Alimentos (dona de marcas como as margarinas Delícia e Primor e os óleos Soya e Salada) e Bunge Fertilizantes (que detém marcas como Manah, Iap e Ouro Verde). Com o avanço agora na ár! ea de açúcar e álcool, uma nova unidade pode ser criada especificamente para esse setor. Em 2008, o grupo registrou no Brasil uma receita de R$ 31,7 bilhões.

Em comunicado interno, o presidente mundial da Bunge, Alberto Weisser, informou que os atuais presidentes da Bunge Alimentos, Sérgio Waldrich, e da Bunge Fertilizantes, Mário Barbosa, passarão a se reportar diretamente a Pedro Parente. E deixa claro também que seu objetivo é que as unidades deixem de funcionar como empresas independentes e passem a trabalhar como negócios complementares, no qual se insere a nova aposta do grupo, a área de açúcar e bioenergia.

Parente foi um dos principais ministros do governo Fernando Henrique Cardoso. Foi o chefe da Casa Civil da Presidência da República e também assumiu, no segundo mandato de Fernando Henrique, o “ministério do apagão” ? foi ele quem coordenou as estratégias do racionamento de energia vivido no País em 2001.

Em 2002, deixou a vida pública e assumiu a vice-presidência da RBS. Ele foi o responsável pela profissionalização da gestão da companhia, incluindo a reestruturação financeira. Em 2008, Parente conduziu as negociações da venda de 12,64% do controle da RBS para o grupo Gávea, do ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, seu companheiro no governo FHC. Em função de sua participação nas negociações, o executivo participa hoje do Conselho de Administração da RBS.