Faleceu às 8h de ontem, em seu apartamento em Boa Viagem, o industrial açucareiro Paulo Petribú, que completaria 90 anos em outubro. Há três anos o empresário recebia assistência médica do Hospital Residência. Ele sofria do Mal de Alzheimer mas, segundo a família, a causa da morte foi um quadro de insuficiência renal. Paulo era o patriarca dos Petribú, transformou a usina da família numa das maiores produtoras do setor sucroalcooleiro do Estado, além de ter ampliado os negócios adquirindo outras unidades produtoras.
Seu corpo foi velado durante a noite no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, e ainda será levado para a Capela São Miguel, na Usina Petribú, em Lagoa de Itaenga (Zona da Mata Norte). A vigília será das 7h até a hora do sepultamento, marcado para as 11h. Paulo Petribú será enterrado no jazigo da família onde estão sepultados representantes de quatro gerações ascendentes. A família Petribú é uma das mais tradicionais na produção de cana-de-açúcar no Estado. Seus representantes estão há nove gerações neste setor. “A Usina Petribú começou como engenho em 1729. Meu pai acreditou na atividade até adoecer, há nove anos”, relembrou o produtor rural Miguel Petribú.
O governador Eduardo Campos lamentou a morte do industrial. Ele avaliou que Paulo Petribú foi um grande empreendedor, com uma presença marcante na economia estadual. “Ele fez parte de uma geração de empresários pernambucanos que expandiu seus negócios pra além das fronteiras do nosso Estado. Em nome do governo de Pernambuco, envio à família os votos de pesar”, disse o governador em nota distribuída à imprensa.
O presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool, Renato Cunha, também destacou a capacidade empresarial de Paulo Petribú. “Ele sempre esteve preocupado com o lado social. A Usina Petribú é modelo na questão de capacitação dos funcionários, dos filhos dos funcionários. Ele investia em responsabilidade social quando ainda não existia. Foi pioneiro nas questões ligadas ao meio-ambiente, criou reservas ambientais. Este é um momento triste”, lamentou.
O filho Miguel Petribú relembra que seu pai começou a vida plantando cana para a usina da família. Em 1953 ele comprou as ações dos 14 irmãos e assumiu o controle da empresa. Quarenta anos mais tarde, a Usina Petribú assumia seu lugar entre as três maiores do Estado de Pernambuco. Na safra de 95/96, atingiu a casa de 2 milhões de sacos de açúcar, uma produção recorde na época. Atualmente, a Usina Petribú tem uma capacidade instalada para a produção de 3 milhões de sacos de açúcar.
Além da Usina Petribú, o grupo hoje possui a Irca Nutrição e Avicultura, em Carpina, a Termoelétrica Itaenga, em Lagoa de Itaenga, a Agroindustrial Oeste Paulista, em Monte Aprazível (SP), a Usina Petribu Paulista, em Sebastianópolis do Sul (SP) e participação acionária nos Terminais Marítimos de Pernambuco (Temape).