O Pará tem potencial para se transformar no maior pólo produtor de etanol do Brasil, o que mudaria substancialmente o perfil do agronegócio no Estado. Os preços da terra, a alta produtividade, a mão-de-obra barata e a proximidade dos principais mercados do mundo colocam o Pará numa condição privilegiada para a exportação do produto. Essas conclusões fazem parte de um estudo – encomendado pela Secretaria Especial de Produção do Estado – que foi realizado pela Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da Universidade de São Paulo (Esalq/USP).
O minucioso trabalho da Esalq prevê o aproveitamento das áreas alteradas para conter o avanço das frentes econômicas sobre as áreas de floresta. A cultura da cana-de-açúcar é considerada, dentro de um cenário de economia sustentável, uma alternativa para a utilização de áreas degradadas, onde a floresta deu lugar a pastagens e à produção de carvão vegetal. Segundo informações da Agência Pará de Notícias, nas regiões com áreas alteradas pela pecuária e pela produção madeireira, o Estado tem nove milhões de hectares indicados para a cana-de-açúcar.
De acordo com o engenheiro de produção da Esalq, Eduardo Giuliani, as novas usinas poderão obter um índice de produtividade agrícola em torno de 80 toneladas por hectare, superior à média nacional. Para isto, o estudo levou em conta as condições climáticas do Estado, principalmente no leste paraense, e o rendimento agrícola das unidades produtoras instaladas próximas ao Pará e o da Pagrisa, localizada no sudeste, que é a única indústria de álcool e açúcar em funcionamento no Estado.