Em relato para o Portal JornalCana, em fevereiro de 2015, o diretor da Nascon Agroenergia, Onório Kitayama (09/10/1946-25/12/2015) defendia que as usinas de cana-de-açúcar deveriam deixar de assumir os custos de implantação das linhas de conexão.
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Confira as declarações do engenheiro, ex-consultor em bioeletricidade da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica):
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1 – A linha de conexão deixar de ser responsabilidade das usinas e passar para as Distribuidoras e/ou governo.
2 – No meu tempo de Unica, essa proposição foi levada ao governo, sentimos pouca receptividade e enfrentávamos um problema maior que era o desejo do governo de reduzir os preços da bioeletricidade nos leilões.
3 – Na ocasião, com os preços praticados e projetos bem elaborados, era perfeitamente possível as usinas geradoras arcar com os custos da conexão.
4 – Na Unica, havia dois projetos que essa viabilidade não ocorria. Hoje, no atual cenário, tanto do setor elétrico como do setor sucroenergético, essa proposta faz todo sentido, principalmente considerando a necessidade de aumentar a oferta de energia. Parece que essa proposta já é consenso no setor e está sendo discutida com o governo.
5 – Contratação de geração de energia distribuída: no passado, também foi motivo de reivindicação feita ao governo. Havia duas distribuidoras que não podiam participar, a Eletropaulo e a Ligth, pois as regras diziam que a energia só podia ser comprada de geradora ligadas nas linhas da concessionária.
6 – Na área de concessão da Eletropaulo e Light, não existem usinas. Isso gera reserva de mercado e falta de competição, portanto é importante estabelecer a possibilidade de concorrência, para não ficar refém apenas do valor de referência.
7 – Hoje, diante dessa situação caótica do setor elétrico, ficamos imaginando que a falta de viabilidade dos projetos de biomassa se deveu a interesses políticos.
8 – Acho que esse item merece preocupação e cuidado, junto ao governo federal e estadual. O federal aparece querendo ajudar e estadual também. Em São Paulo: com Arnaldo Jardim, João Carlos Meirelles e Duarte Nogueira, no Secretariado, estamos muito bem. Porém como usá-los sem levantar disputas?