Desde meados do ano passado, a gasolina passou a ser o combustível mais atraente para o consumidor na relação com o álcool – apesar do alto preço na bomba. Vantagem para donos de veículos bicombustíveis e um desastre para quem depende exclusivamente do álcool, já que a autonomia é menor. De acordo com o Sindicato dos Revendedores de Combustíveis no Rio Grande do Sul (Sulpetro), o álcool é vendido entre R$ 2,45 e R$ 2,58 na bomba, enquanto que a gasolina custa, em média, R$ 2,75.
O presidente em exercício do sindicato, Adão Oliveira, informa que o preço do álcool disparou desde o ano passado no Estado, fazendo desaparecer a relação que existia no âmbito do Proálcool, ou seja, do preço do álcool corresponder a 70% do preço da gasolina. “Os usineiros agora não cumpriram o acordo com o governo, não sei como vai ficar. Mas alguma coisa tem que ser feita, se não o Proálcool vai desaparecer”, comenta.
Transformar o carro para receber gás veicular, de acordo com ele, compensa apenas para usuários de empresas, já que o kit ainda tem preço elevado para consumidores finais. “Custa na faixa de R$ 3 mil o kit”, diz. Tanto o álcool como a gasolina, são taxados com alíquota de 28% de ICMS no Rio Grande do Sul desde que o governo Germano Rigotto assumiu o Executivo. Até então era de 25%. “Três pontos percentuais faz diferença no preço final, sim”, assegura Oliveira.
“Aqui no Estado, o governo recolhe o ICMS direto na refinaria e estabelece um preço presumido para saber qual o preço que irá ser vendido no varejo. É o que chamamos de preço de pauta. Aqui é 27% aplicado sobre R$ 2,76. Já no Rio de Janeiro, o preço de pauta é de 31% (alíquota de ICMS) aplicado sobre R$ 2,67”, explica o presidente em exercício do comércio varejista.