Mercado

Para Anfavea, Brasil deve deve abrir caminho para acordos de pesquisa sobre etanol com os EUA

Mais do que promover aumento das exportações de etanol e veículos bi-combustíveis, o que o setor automotivo espera é que a visita do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, ao Brasil contemple acordos na área de pesquisa e tecnologia na produção de etanol que possam garantir ao Brasil a manutenção da posição de destaque no desenvolvimento e na gestão da cadeia dessa alternativa energética#.

Os comentários em torno do tema que fará parte da agenda de Bush no Brasil, nesta sexta-feira, partiram do presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Rogelio Golfarb. “Esperamos que a visita de Bush possa pavimentar o caminho para acordos de pesquisa e tecnologia que viabilizem a produção de etanol celulósico”, disse hoje, fazendo referência a um tipo de combustível que pode ser gerado a partir da celulose, que está presente em qualquer matéria-prima – ou resíduo – vegetal.

Segundo Golfarb, os investimentos do país para atender a demanda interna por etanol e, ao mesmo tempo, acelerar as exportações, devem chegar a R$ 14,6 bilhões até 2013, com a construção de 89 novas usinas no país. Esse aporte, estimado pela União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica), deve atender, segundo ele, a previsão de uma demanda anual de 34 bilhões de litros, o dobro do consumo registrado atualmente.

Segundo Golfarb essas projeções também levam em conta a previsão de uma forte expansão da frota de veículos bi-combustíveis, que responde hoje por 12% do total de carros em circulação e deve atingir a fatia de 52% em seis anos.

Apesar de números promissores para o mercado interno, Golfarb admite que o Brasil precisa correr para não perder a oportunidade que se abre atualmente no mercado de combustíveis limpos. “Há outros países e empresas que estão correndo com investimentos no setor, sobretudo em pesquisa. Corremos o risco de perder a posição que temos hoje”, avaliou.