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Papel produzido com bagaço de cana

A Mestra Química e a Pinex Export, de Blumenau (SC), assinaram protocolo de intenções com a prefeitura de Araçatuba (SP) para a construção no município de uma fábrica para produzir papelão a partir do bagaço de cana de açúcar. Os investimentos previstos são de € 270 milhões em dez anos, disse Carlos Millnitz, diretor da Mestra.

Segundo o executivo, inicialmente o bagaço de cana será exportado para a Europa. Posteriormente, se o projeto avançar, terá recursos de empresários alemães e a Mestra será a articuladora desses investimentos em Araçatuba, por meio de uma joint venture. Millnitz disse que a Pinex vai intermediar as negociações entre a Mestra e os empresários da Alemanha.

Millnitz disse que o potencial do setor sucroalcooleiro de Araçatuba e região pesou na escolha da região. “A Mestra Química e a Pinex trabalham na captação de investimentos estrangeiros para projetos no Brasil”, informou o empresário.

A viabilização do projeto depende agora do acerto com as usinas de açúcar e álcool que vão fornecer o bagaço. Segundo Millnitz, as Usinas e Destilarias do Oeste Paulista (Udop), entidade que congrega 43 usinas de açúcar e destilarias de álcool, ficou de marcar uma reunião dentro de 15 dias para tratar da disponibilidade e do interesse dos usineiros em vender o bagaço da cana-de-açúcar e de firmar contratos de 10 anos para garantir o fornecimento dessa matéria-prima.

“Inicialmente serão necessárias 200 mil toneladas/mês de bagaço para exportação”, disse o executivo. A primeira etapa, de exportação deve levar entre três e cinco anos. “Vamos avaliar a capacidade e o potencial de crescimento dos usineiros para consolidação do fornecimento da matéria-prima.”

“Araçatuba vai doar hectares de terra à empresa, e em troca a empresa comprará o bagaço das usinas da região que será embarcado para a Alemanha onde se produzirá o papel, nos primeiros dois anos do investimento”, disse Antonio Cesar Salibe, diretor executivo da Udop. O bagaço é rico em fibras de celulose e pode ser uma alternativa mais barata que a polpa de madeira para as fabricantes de papéis. No entanto, o projeto terá de ser avaliado para assegurar que é economicamente rentável.

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