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Países querem mesmo participar do G8, diz Mantega

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem em Washington que Brasil, Índia, África do Sul e China querem ampliar a participação deles no G-8, grupo que reúne os sete países mais ricos do mundo e a Rússia. Convidados a participar apenas da reunião de abertura desse grupo, Mantega disse que os países querem também “comer o prato principal”, referindo-se às reuniões principais do grupo. O próximo encontro do G-8 acontece em junho e julho próximos, em São Petersburgo, na Rússia. “É como ser convidado para um almoço, comer o aperitivo e na hora do almoço, sair”, disse.

Segundo Mantega o encontro com os quatro colegas ontem pela manhã foi rápido, e ainda não se chegou a uma pauta comum para apresentar na reunião, ficando acertado que a agenda será conjunta como ocorreu ao grupo G-20, criado durante as negociações da Rodada de Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC).

O ministro da Fazenda também participou da reunião do Comitê de Desenvolvimento do Banco Mundial, na qual foram discutidas novas fontes de energia renovável, entre elas o programa brasileiro de etanol. “Houve grande curiosidade e receptividade em relação ao programa brasileiro e nós estamos dispostos a globalizar a produção de etanol, com transferência de tecnologia e eventualmente exportação do nosso carro flex-fuel”, afirmou.

Petróleo preocupa

Com o objetivo de alcançar o equilíbrio no preço do petróleo, que, na sexta-feira chegou a superar US$ 75 o barril, o comitê do FMI pediu aos países produtores que invistam mais na produção e no refino e que tanto consumidores e empresas do setor trabalhem no sentido de segurar o preço da commodity. O diretor-gerente da instituição, Rodrigo Rato, reclamou da falta de transparência – “nunca se sabe quanto esses países têm de reserva” – e insistiu na necessidade de todos fazerem a sua parte. Não faltou no entanto quem lembrasse não serem novas essas recomendações, apenas agora mais urgentes, o que não significa que desta vez o FMI será ouvido. De qualquer forma, diante do forte crescimento da economia mundial – 4,9% para este ano – Rato já reconhece que dificilmente os preços vão baixar no curto ou médio prazos. Na busca de saídas o fundo propõe o estímulo à produção de energias alternativas, sobretudo nos países em desenvolvimento.

No encontro entre FMI e Banco Mundial, o ministro da fazenda aproveitou para fazer um “lobby” oficial contra a cobrança de tarifas sobre as importações de etanol brasileiro.