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Painel recomenda uso de biocombustíveis

A utilização dos biocombustíveis como alternativa aos combustíveis fósseis, especialmente aos derivados do petróleo, aparece na versão final do sumário apresentado ontem, em Bangcoc, pelo IPCC. Segundo o grupo, “os biocombustíveis podem ter um importante papel no controle das emissões de gases- estufa no setor de transportes”.

Nesse campo, eles podem substituir a gasolina, o diesel e seus aditivos.

O crescimento global projetadonessesetoréde3% do total de energia necessária para transportes em 2030. É um cenário conservador, uma vez que o preçodo petróleo tem impacto direto na busca por alternativas. O crescimento pode ser de 5% a 10%, de acordo com o valor do mercado do óleo, mais a eficiência crescente dos veículos e o sucesso de tecnologias que utilizem a celulose como matéria-prima.

Não consta no documento nenhuma informação que classificaria a que tipo de biocombustível o grupo se refere. As referências são feitas em relação à segunda geração, baseada em celulose. O etanol obtido a partir da cana-de-açúcar, campo em que o Brasil é líder mundial, não é citado. Tampouco há dados sobre a produção baseada em milho, liderada pelos Estados Unidos.

Num parágrafo que se refere à agricultura, há um pedido de atenção para que a segurança alimentar seja mantida, sem que os campos produtivos sejam tomados pelas matérias primas para a produção de biocombustíveis, em detrimento ao fornecimento de alimentos.

É o que tem sido chamado de “síndrome de Fidel Castro”, que recentemente criticou a intenção declarada dos governos brasileiro e americano de investirem no aumento de produção da cana. Fidel afirma que os alimentos vão encarecer.

É o que aconteceu no caso do milho. Sua valorização como fonte para alimentar veículos fez aumentar o preço das tortillas, base da alimentação dos mexicanos. A questão não é detalhada no novo sumário dos cientistas.