O anúncio oficial dos responsáveis pela Fórmula Indy só sai no próximo dia 1º, mas o prefeito do Rio, Eduardo Paes, divulgou na rede mundial de computadores via Twitter que a cidade será sede da etapa de abertura da Indy em 2010, em circuito de rua, no Aterro. Candidata ao lado de Ribeirão Preto e Brasília, o Rio, segundo o prefeito, levaria vantagem com relação ao melhor circuito de rua do mundo, Mônaco, uma das mais tradicionais provas da rival Fórmula 1. “Tivemos nesta quinta uma reunião com a Fórmula Indy. Com parceiros privados acontece em março no Aterro. A vista vai deixar Mônaco no chinelo”, escreveu Paes em seu Twitter. A organização da categoria não confirmou a informação dada por Paes.
Brasília e Ribeirão Preto também já foram visitadas. Na última segunda-feira, a comitiva de representantes da categoria, encabeçada por um dos principais dirigentes, Terry Angstadt, ! foi até o Palácio do Planalto e teve como cabo eleitoral Hélio Castroneves, principal piloto brasileiro na disputa. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu um capacete de presente e prometeu ajudar para a realização da prova.
Mas o trunfo que garante o retorno da categoria ao Brasil, após 10 anos, é o etanol. Combustível que abastece so bólidos da Indy, o etanol tem como um de seus principais produtores mundiais o Brasil e sua capital nacional é Ribeirão Preto.
No mesmo horário em que o prefeito anunciava o Rio como sede, Ribeirão Preto recebia a visita dos representantes. A prefeita Dárcy Vera fez questão de levá-los às principais usinas da cidade, que estariam disposta a investir maciçamente em infraestrutura para construir não só a pista de rua como instalações capazes de abrigar os turistas e equipes que participariam da prova.
A grande possibilidade de a corrida voltar ao Rio de Janeiro foi vista com bons pelo ex-piloto Raul Boesel, que participou da! s temporadas de 1996 e 1997 no Brasil e se mostrou contente com o retorno da categoria ao país e ao Rio de Janeiro. Mas mostrou uma ressalva: gostaria de ver a prova sendo disputada no autódromo de Jacarepaguá, bastante modificado em relação ao tempo em que Boesel disputava corridas.
– Seria ótimo ter uma corrida no Rio. Uma pena não ser no autódromo de Jacarepaguá. Muito investimento foi feito naquele autódromo e as pistas já estariam quase prontos – frisa Boesel, esquecendo-se de lembrar das obras do Pan, que mudaram a estrutura do autódromo carioca.
Segundo Boesel, a corrida não seria boa só para o Brasil. Com a divisão da categoria americana em duas, Indy Race League (IRL) e Cart, em 1994, ambas perderam público e investidores. O Brasil e o Rio seriam vistos como novos mercados para a categoria, que voltou a ser uma só em 2008, após falência da Cart, que se tornou Champ Car.
– Seria bom para todos. A Indy tem muito sucesso nos Estados Unidos, mas ainda! não é nem sombra do que já foi um dia – revelou Raul Boesel.
Com relação à possibilidade de o Rio e o Aterro do Flamengo abrigarem uma corrida de rua, Boesel acha possível, mas faz questão de ressaltar a dificuldade de se encaixar no processo de segurança.
– O Aterro do Flamengo tem ruas largas. Pode sim abrigar o circuito. Mas é preciso oferecer segurança para o público e para os torcedores – disse Boesel, que hoje divide seus afazeres entre diretor de equipe e DJ. – Muitas pessoas estranham, mas gosto tanto de música quanto de automobilismo.
A corrida foi disputada no Rio de 1996 a 2000, todas no circuito de Jacarepaguá. Emerson Fittipaldi foi um dos precursores do Brasil na categoria e obteve sucesso igual ao alcançado na Fórmula 1, sendo campeão em 1989. Em 2000 e 2001, já com a categoria separada, Gil de Ferran foi bicampeão.
O piloto Tony Kanaan venceu em 2004 e é considerado, ao lado de Hélio Castroneves, o principal nome da categoria atualmente.
– O Brasil está muito bem servido de pilotos. Além do Tony e do Helinho, temos um a nova safra de garotos surgindo – frisou Boesel.