Mercado

Oxiteno acelera internacionalização

A Oxiteno, braço químico e petroquímico do grupo Ultra, planeja acelerar a estratégia de internacionalização com a abertura de escritórios na Argentina, EUA, União Européia e Ásia a partir de 2007. “Vamos aumentar nossa presença no mercado internacional e preparar novas aquisições”, disse o diretor superintendente Oxiteno, Pedro Wongtschowski.

A empresa iniciou o processo de internacionalização com a compra da Canamex, do grupo Berci, por US$ 11 milhões, em dezembro de 2003. O executivo disse que o foco é adquirir ativos de itens que a empresa já produz ou correlatos, como óxido de eteno e derivados, para maximizar os investimentos. As aquisições podem acontecer na América Latina, EUA, Europa ou Ásia. “Temos estudos que poderão resultar em aquisições de empresas com familiaridade de tecnologias e potencial de geração de valor.”

A estratégia a médio e longo prazos também envolve expandir a capacidade de produção de álcoois graxos e óxido de eteno e garantir acesso a matéria-prima a custos competitivos, através da Comperj e do estudo de matérias-primas renováveis.

Wongtschowski, que assume o cargo de presidente-executivo do grupo Ultra em janeiro de 2007, disse que não há pressa para definir o modelo empresarial da Comperj. “A unidade só tem previsão de operar em 2012, teremos o ano de 2007 para discutir e definir os participantes do projeto”.

O executivo disse que o projeto é importante porque não existe para a próxima década um horizonte de oferta de matérias-primas petroquímicas. “Nada indica num horizonte para a próxima década que as matérias-primas tradicionais estarão disponíveis, e a demanda por petroquímicos continuará aumentando. O País não tem oferta suficiente de gás natural para viabilizar futuras expansões e também terá cada vez menos nafta”, disse.

O executivo disse que o Comperj, que permitirá novas expansões na produção da Oxiteno, é a solução para o Brasil para suprir a demanda por eteno, propeno, paraxileno e outros petroquímicos. “Vamos usar petróleo pesado, barato, de baixo valor no mercado internacional e que pode ser uma boa matéria-prima petroquímica”, disse. O projeto está em fase avançada de estudos de engenharia.

A Oxiteno pretende, a longo prazo, construir uma bio-refinaria integrada a base de álcool, para fabricar produtos químicos a partir do etanol. “Queremos desenvolver uma tecnologia que permita produzir solventes oxigenados “verdes”, de origem vegetal, a partir exclusivamente do etanol”.

Em um segundo estágio, a unidade também produziria glicois (derivado do óxido de eteno) a partir do açúcar e álcool.

A idéia é comprar cana-de açúcar de terceiros, para então fabricar o açúcar e álcool.

O diretor financeiro e de relações com investidores da Ultrapar, Fabio Schvartsman, disse que o Ebitda e o lucro do grupo neste ano deverão ser semelhantes aos de em 2005.