[Atualizado às 10h08]
Rebatizada de Usinas Itamarati SA (UISA), a companhia, criada nos anos 1980 pelo ‘rei da soja’ Olacyr de Moraes, agora é controlada por grupo de investidores reunidos por fundo de private equity.
Trata-se do CVCIB.
O CVCIB não integra ou possui ligação com o Citigroup.
O CVCIB é um fundo independente que realiza investimentos de “private equity” e “special situations”.
O CVCIB é administrado por Paulo Caldeira que atuou como “general partner” do Citigroup Venture Capital International Brazil LP na época em que trabalhava no Citibank em Nova Iorque.
A troca de controle ocorre após oito anos da companhia colocada à venda e de trocas de gestão.
A CVCIB concluiu a aquisição no primeiro trimestre, segundo conteúdo de Camila Souza Ramos no jornal Valor.
O negócio foi por meio da aquisição de R$ 2 bilhões em dívidas financeiras da empresa, conversíveis em ações.
E, agora, promete levantar duas etapas duas etapas de investimentos com foco em diversificação e tecnologia. As duas levas somam R$ 500 milhões.
Etanol de milho
José Arimateia Calsaverini, presidente da UISA e que faz a gestão da reformulação, afirma que, entre os planos, está a implantação de destilaria de etanol de milho.
Ele já tinha anunciado a intenção em agosto último, durante o Congresso de Bioenergia da UDOP em Araçatuba (SP).
Na oportunidade, ele participou de painel de discussões da qual o JornalCana estava presente.
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Além de etanol de milho, a nova unidade processará farelo para ração.
Os planos incluem, também, uma fábrica de leveduras para nutrição animal e uma planta de biogás.
Além disso, os aportes serão empregados para ampliar a capacidade de moagem e de cogeração de energia da UISA.
Dívidas
Conforme O Valor, quando o fundo CVCIB entrou no negócio, participou do reperfilamento das dívidas com os bancos.
E comprou R$ 2 bilhões do passivo financeiro, equivalente a cerca de R$ 320 por tonelada de capacidade instalada, ou quase US$ 80.
A gestão do negócio inclui a aquisição de dívidas como as com a União, orçadas em R$ 1,2 bilhão e que, inseridas no Refis, foram reduzidas a R$ 450 milhões.
Hoje, segundo o jornal, o endividamento com instituições financeiras e fornecedores é de R$ 135 por tonelada de cana de capacidade instalada.
A receita líquida da empresa, na safra 2018/19, foi de R$ 732 milhões e o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBTIDA) foi de R$ 260 milhões.
Localizada em Nova Olímpia (MT), a unidade pretende chegar a 5,1 milhões de toneladas de cana na safra 2019/20.