Os veículos flex somam 6 milhões e já representam 23% da frota no Brasil, composta por 26 milhões de veículos. Os dados são da Associação dos fabricantes de veículos automotores (Anfavea). Com o aumento da frota, cresce também a procura pelo álcool combustível e pode gerar um desequilíbrio em relação à gasolina, como afirma o presidente do Sindicato do comércio varejista de derivados de petróleo de São Paulo (Sincopetro), Roberto Diniz Uehara.
“Com certeza o consumo de álcool aumenta dia-a-dia com mais carros flex. O consumo aumenta muito, porque, como o consumidor pode escolher, é natural que opte pelo mais barato. Então é normal que nos Estados que consomem mais álcool haja desequilíbrio do consumo de álcool combustível em relação à gasolina”, comentou.
No entanto, a Associação de Produtores de Açúcar, Álcool e Energia (Biocana) acredita que a demanda pode ser atendida de forma normal.
“Não existe desequilíbrio nesse sentido. O setor da agroenergia da cana-de-açúcar tem largo potencial para abastecer o mercado interno, suprindo a demanda de consumo hoje registrada. Além disso, o setor está preparado também para atender a uma grande parcela do mercado externo”, destacou a assessoria de imprensa da instituição.
Para a Biocana, o consumo de etanol é superior à gasolina, fazendo com que essa demanda também possa ser suprida. “A opção de se usar essa fonte de energia pode ser justificada em função de alguns fatores como o preço que é mais atraente em relação aos combustíveis de origem fóssil”, falou.
Ambiental
O etanol é uma fonte de energia oriunda da biomassa. “Ela é renovável e, ainda, por ser um combustível com tecnologia genuinamente nacional”, argumentou.
Carros comercializados em
concessionárias são 100%
O Gerente Comercial de Vendas da Faria Veículos, Júnior Vieira, explicou que os carros comercializados em Catanduva são 100% flex fuel. “100% dos veículos nacionais da Volkswagem à venda são flex desde o início de 2007. A não ser os carros importados”, comentou.
De acordo com a Anfavea, apenas neste ano, até o fim de julho, foram vendidos 1,38 milhão de veículos com a tecnologia flex, e podem chegar a 2,4 milhões até o fim do ano.
Há também quem opte pela conversão de veículos para flex. O mecânico Antônio Donizete afirma: “A conversão não é prejudicial, desde que a manutenção seja feita de forma correta”.
De acordo com a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), 86,84% dos carros emplacados na primeira quinzena de julho eram veículos biocombustíveis, 104.877 emplacamentos. Já os demais combustíveis registraram 15.892 emplacamentos, 13,16% do total.
E o sucesso nas vendas dos veículos flex deve continuar, uma vez que o aumento do preço do petróleo faz a opção pelo etanol ficar mais vantajosa.
De acordo com o estudo da Scotia Economics, órgão realizador de pesquisar econômicas, exatamente pela forte presença dos bicombustíveis no País é que as vendas de carros continuam em alta, enquanto em outros países há desaceleração.