Mercado

OMC autoriza Brasil a impor sanções contra EUA

A OMC (Organização Mundial do Comércio) autorizou hoje o

Brasil e outros sete parceiros comerciais a aplicarem cerca

de US$ 150 milhões em sanções contra os Estados Unidos porque

o país mais rico do mundo não anulou suas leis antidumping já

consideradas ilegais pela organização.

A decisão da OMC permite aos países que entraram com a ação —

Brasil, Canadá, Chile, União Européia, Índia, Japão, Coréia

do Sul e México– a exigirem de volta até 72% do dinheiro

retido pelos EUA em razão da emenda Byrd, que reverte para

empresas exportadoras dos EUA o valor obtido com as multas

aplicadas pelo país em casos de dumping. A emenda Byrd foi

declarada ilegal em janeiro pela OMC em 2002.

Em um comunicado conjunto, os países beneficiados pela

decisão disseram que não irão aplicar as sanções, mas sim

utilizar a decisão para tentar pressionar o Congresso

americano a rever suas leis antidumping. No comunicado, no

entanto, eles dizem que poderão “exercitar seu direitos

retaliatórios no momento que for julgado apropriado”.

Segundo representantes do Departamento de Comércio dos EUA, a

decisão não foi totalmente favorável aos autores da ação, já

que esperavam obter o direito de elevar as tarifas de

importação sobre produtos americanos no valor em que foram

multados em 2003, em razão da “emenda Byrd”.

O porta-voz do departamento de Comércio, Christopher Padilla,

disse em um comunicado que o Congresso americano irá

trabalhar com a OMC de um modo que apóie os empregos e os

trabalhadores americanos.

Padilla disse que a decisão do órgão não afeta os poderes de

Washington de impor multas aos países que praticarem dumping

nos EUA, uma vez que a emenda Byrd dispõe apenas sobre a

destinação dada às multas aplicadas aos países.

A OMC deu prazo até o fim deste ano para que os EUA

modifiquem suas leis antidumping, de acordo com a agência de

notícias Associated Press.

Com agências internacionais