A Organização Internacional do Açúcar (OIA) elevou nesta quarta-feira a sua previsão de excedente mundial da commodity na safra 2006/07 (outubro/setembro) para 5,8 milhões de toneladas.
A projeção anterior indicava um excedente de 2,2 milhões de toneladas.
“O espetacular crescimento dos preços mundiais no fim de 2005 e no primeiro semestre de 2006 encorajou o aumento da produção nos países exportadores e importadores, disse em um comunicado a OIA.
A OIA também elevou a sua estimativa de produção mundial em 3,6 milhões de toneladas, para um recorde de 158,30 milhões de toneladas, ante 152,47 milhões de toneladas em 2005/06.
O consumo global foi estimado em 152,49 milhões de toneladas, uma alta em relação ao projetado em 05/06 (149,76 milhões de toneladas).
“No Brasil, mais cana tem sido usada para a produção de açúcar às custas do álcool nesta temporada. Diante do crescimento dos custos com as compras de açúcar no mercado mundial, um número importante de países importadores, como a Rússia, está aumentando a produção doméstica e elevando o nível de auto-suficiência, informou o comunicado. O Brasil é o maior exportador mundial de açúcar.
Atualmente, o aumento da produção de açúcar está sendo maior do que o de álcool porque o açúcar é mais lucrativo, disse Christoph Berg, da consultoria F.O.Licht, em conferência do setor em Amsterdã.
ÁLCOOL NÃO DEVE DESESTABILIZAR AÇÚCAR
O crescimento do uso de álcool como combustível “verde não deve desestabilizar o mercado mundial de açúcar nos próximos 5 ou 6 anos, segundo informou a economista da OIA Lyndsay Jolly, na conferência.
Ela afirmou que a maioria dos países não seria capaz nos próximos anos de imitar o Brasil, que usa parte da produção de cana para produzir álcool.
Isso limitaria o potencial de uma utilização maior de cana para a produção de etanol no mundo.
No Brasil, acrescentou ela, a expansão do consumo de álcool está fundamentalmente ligada ao aumento das vendas de carros biocombustíveis, que podem rodar com álcool e/ou gasolina.