Mercado

Oferta ficará justa com maior demanda dos veículos flex-fuel

Há um tênue equilíbrio entre a oferta e a procura por álcool neste ano-safra, o que resultou na estabilidade dos preços, que perdura desde o início deste ano. Apesar de a safra na região centro Centro-Sul estar se mostrando mais alcooleira do que a do ano passado, a oferta do setor atende ao mercado apenas com pequena folga. Isso significa que, ao término do corte da cana, o que deverá ocorrer em novembro, no mais tardar em dezembro, os estoques deverão estar justos, muito próximos da demanda, e a tendência será de os preços, especialmente do álcool, aumentarem.

A avaliação foi feita por Julio Maria Borges, da Job Economia e Planejamento. As condições de produção do setor sucroalcooleiro estão correndo em condições ideais, afirmou. “Como se as lavouras estivessem sendo cultivadas dentro de um laboratório”. Para Borges, nada aconteceu errado no período de desenvolvimento das lavouras desde o início da safra. “Chove em volume ideal para manter a lavoura em desenvolvimento, mas sem impedir que os caminhões transitem pelos canaviais para o transporte da cana. Além disso, as usinas têm se beneficiado das condições de mercado extremamente favoráveis, com preços do açúcar elevados e o do álcool remuneradores”, afirmou.

O levantamento de safra divulgado ontem pela Job mostra essa situação favorável. Segundo o prognóstico da empresa de consultoria, a produção de cana no Brasil deverá ficar em 413 milhões de toneladas, 7,2% maior que a do ano passado. A produção de álcool deverá chegar a 16,9 bilhões de litros, 10,4% acima do resultado do ano passado. E a de açúcar, 28,4 milhões de toneladas, correspondente a 6,7% mais que a obtida na safra 2004/05.

O que preocupa, segundo afirmou, é que a demanda por álcool no mercado brasileiro está sendo aumentada em função das vendas acima do esperado dos veículos flex-fuel. Com isso, o consumo interno, que estava sendo estimado em 13,3 bilhões de litros, deverá chegar a 14,6 bilhões de litros, muito próximo dos prognósticos de produção.

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