Mercado

Oferta e demanda ditam o ritmo do preço do álcool

O acordo fechado entre os empresários sucroalcooleiro e o governo federal, no início deste ano, reacendeu uma velha polêmica no setor: até que ponto as usinas estão comprometidas com o abastecimento do combustível no país? Os preços do álcool anidro – usado na mistura com a gasolina – e o do hidratado – utilizado como combustível – atingiram seus maiores patamares no início deste ano. À época, o anidro chegou a bater R$ 1,2 o litro e o hidratado atingiu R$ 0,90, ambos sem impostos, posto nas usinas paulistas. O acordo ocorreu em um momento em que a oferta da cana-de-açúcar estava escassa no Centro-Sul, período de entressafra na maior região produtora do país. As cotações só voltaram a cair após a intervenção do governo, que reduziu a alíquota de álcool na gasolina, de 25% para 20%. A partir de abril, à medida em que a oferta de cana aumentava no Centro-Sul, os preços voltavam aos patamares normais, voltando a estimular o consumo.

Sem um preço de referência no mercado internacional, como ocorre com as commodities agrícolas, a formação dos preços do álcool feita é a partir da oferta e a demanda. Na prática, os preços só estão em baixa em um momento de grande oferta da matéria-prima.

Sem a intervenção direta do governo federal nos preços, a formação de preços fica por conta do mercado. “As usinas calculam uma margem a partir dos seus custos de produção. Dependendo da região do país, esses custos podem ser maiores”, afirmou um corretor de álcool ao JornalCana. Os preços da terra, a utilização de cana própria e de terceiros, além do frete e distribuição estão incluídos no custo de produção do álcool. Balizar os preços do álcool pelas cotações da gasolina pode não ser o principal instrumento quando há um descolamento entre os dois tipos de combustíveis. Informalmente, o mercado costuma manter o preço do álcool em até 70% do preço da gasolina. “Até 70% o preço do álcool é mais competitivo para rodar nas estradas”, observou o analista.

Confiram matéria completa na edição deste mês do JornalCana.

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