Mercado

Oferta de combustível está em xeque

A safra recorde de cana-de-açúcar no Centro-Sul do país, 7% superior à do ciclo 2003/04, não dá garantias de que a oferta de álcool será suficiente para abastecer o mercado até o final da safra, que se encerra em abril de 2004. “A safra de cana é recorde, mas o consumo de álcool também é recorde”, observou Ivan Bueno, diretor da corretora Nova Fase.

Segundo ele, o consumo mensal de álcool no Centro-Sul está entre 1,2 bilhão e 1,3 bilhão de litros desde março deste ano. Os números da União da Agroindústria Canavieira do Estado de São Paulo (Unica) indicam consumo menor, de 1,05 milhão de litros desde o início do ano.

De acordo com Bueno, além das vendas para as distribuidoras de combustíveis, existe uma demanda informal para o álcool. “O problema é que boa parte das usinas está priorizando as exportações de álcool, mas a oferta nesta safra está apertada e pode comprometer o abastecimento no mercado doméstico”, afirmou. Além do clima, que reduziu a produtividade da cana, as exportações de açúcar também estão crescentes, acrescentou Bueno.

Para Antonio Padua Rodrigues, diretor técnico da União da Agroindústria Canavieira do São Paulo (Unica), ainda é prematuro fazer estimativas com menos de 50% da safra moída. A produção nacional deve atingir 15 bilhões de litros. “A verdade é que o mercado não vai trabalhar com folga, mas não se pode falar em desabastecimento quando a safra ainda não está concluída”, disse Rodrigues. Segundo ele, uma fotografia detalhada da safra poderá ser feita a partir de novembro. (MS)