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Oferta de álcool cresce 19%, mas preço não cai

A moagem de cana-de-açúcar deverá subir 11% nesta safra na região centro-sul. A maior oferta de matéria prima nas usinas permitirá um aumento de 19% na oferta de etanol e de 4% na de açúcar.

Após patinar nos últimos anos, principalmente em 2011, quando a moagem recuou para 493 milhões de toneladas, o setor se recupera e moerá 590 milhões nesta safra que se inicia.

O resultado será uma oferta de 25,4 bilhões de litros de álcool, 4 bilhões a mais do que na safra anterior, e de 35,5 milhões de toneladas de açúcar, 1,4 milhão a mais.

Apesar da alta na oferta de produtos, o consumidor não terá preços menores. Os valores médios devem ficar próximos aos da safra anterior.

O aumento da oferta vem em um momento de alta da demanda, afirmou ontem Elizabeth Farina, presidente da Unica (União da Indústria da Cana-de-Açúcar).

A boa notícia é que há um aumento de produtividade, o que deve reduzir custos de produção, elevar a oferta de etanol e dar opção ao consumidor para a utilização desse combustível, diz Elizabeth.

Após a produtividade ter caído para apenas 68,7 toneladas por hectare em 2011, a produção volta para 80 toneladas nesta safra. A área de colheita crescerá 6,5%.

Antonio de Padua Rodrigues, diretor da Unica, diz que esse cenário traz um ambiente melhor ao setor e aumenta a renda do produtor.

Na avaliação dele, a maior oferta de álcool reduzirá o consumo de gasolina em 1 bilhão de litros. Isso permitirá à Petrobras importar menos neste ano.

Para Luis Custódio, coordenador do Fórum Nacional do Setor Sucroenergético, será uma safra sem estresse na oferta de etanol e de açúcar, se o clima ajudar.

Mas não estão certos, ainda, os efeitos da desoneração fiscal e da linha de crédito adotada pelo governo. Muitas empresas não têm condições de tomar o crédito, diz.