O Oeste Paulista receberá nos próximos cinco anos R$ 3 bilhões de investimento com a instalação de 30 novas usinas de açúcar e álcool. A previsão é que até 2010 todos os empreendimentos estejam em operação, segundo a UDOP (Usinas e Destilarias do Oeste Paulista).
As novas unidades deverão gerar 100 mil empregos diretos, no campo e na indústria.
Das 30 usinas anunciadas, 3 já estão em funcionamento. São elas a do Grupo Olival Tenório, em Caiuá ; Petribu, em Sebastianópolis, do Grupo Petribu, Vertente em Guaraci, do Grupo Biagi/Humus. Em maio, outra usina deverá entrar em funcionamento em Penápolis, do Grupo J.Pessoa.
Com os investimentos, a região caminha para se tornar a maior produtora de cana, açúcar e álcool do estado de São Paulo, superando os tradicionais pólos paulistas de produção, Ribeirão Preto e Piracicaba.
As novas usinas do Oeste Paulista vão moer um total de 60 milhões de toneladas de cana-de-açúcar quando estiverem em plena carga, segundo o diretor executivo da UDOP, Antonio Cesar Salibe.
O volume é suficiente para produzir 2,7 bilhões de litros de álcool e 3,9 milhões de toneladas de açúcar, levando em conta a destinação de 30 milhões de toneladas de cana para a produção de álcool e outros 30 milhões para a de açúcar.
Entretanto, como o mercado potencial é de álcool, afirma o diretor da UDOP Fernando Perri, as novas usinas deverão produzir mais álcool, pelo menos de início. Se os 60 milhões de toneladas fossem transformados em álcool somente, a produção seria de 5,4 bilhões de litros, volume equivalente a 41,5% da produção nacional do combustível.
Para abastecer as usinas, serão necessários outros 860 mil hectares de cana plantada no Oeste Paulista.
“A produção vai estimular o plantio da cana e novos produtores passarão a ser também fornecedores de cana”, acredita Perri. Hoje, nos 18 municípios de abrangência da Cati Regional (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral) de Araçatuba, a cana ocupa uma área de 134,2 mil hectares.
ATRAÇÃO – O que motiva a instalação de novas usinas na região é a área disponível e o clima favorável para o cultivo da cana, enquanto regiões tradicionais na produção de açúcar e álcool, como Ribeirão e Piracicaba, enfrentam a falta de espaço e sua capacidade de expansão está se esgotando.
Atualmente, o Oeste Paulista é a segunda região maior produtora de açúcar e álcool do estado de São Paulo e já ultrapassa regiões tradicionais como Alagoas, Pernambuco, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás.
O setor sucroalcooleiro está motivado a investir no aumento da produção em função do bom momento que vive hoje. No mercado interno, a chegada dos veículos bicombustíveis no mercado estimulou o consumo do álcool. Em função do preço da gasolina, muitos consumidores adotaram também a prática do rabo-de-galo (mistura de álcool na gasolina na hora de abastecer).
Já no mercado externo, o álcool é apontado como solução ambiental para a redução de emissão de gases poluentes na atmosfera, uma vez que é considerado um combustível limpo.
NÚMEROS – Na safra 2004/2005, as 38 usinas associadas à UDOP moeram no ano passado 37 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, volume 18% superior ao total da safra anterior, quando foram processadas 31,4 milhões de toneladas de cana. Juntas, as usinas produziram no ano passado 1,8 bilhão de litros de álcool e 2,1 milhões de toneladas de açúcar.
A produção de álcool e açúcar é respectivamente 20% e 10,5% superior em comparação com a da safra anterior, quando foram produzidos 1,5 bilhão de litros de álcool e 1,9 milhão de toneladas de açúcar.
O volume cresceu não somente pelo crescimento na produção, mas também devido ao aumento no número de associadas à UDOP, que passou de 35 para 38.