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Observações Preliminares de Colheita Mecanizada na Usina Cucaú

USINA MODELO – Para marcar o lançamento das propostas, o grupo participou ativamente do 11º Seminário Regional sobre Cana-de-açúcar, promovido pela Sociedade dos Técnicos Açucareiros e Alcooleiros do Brasil – STAB Regional Setentrional, realizado em Recife neste mês de março. Por dois dos quatro dias do evento, a Cucaú foi tema de palestras. A bióloga Sônia Roda apresentou o tema “Desenvolvimento Sustentável: Compromisso com o Futuro” e o engenheiro agrônomo Vamberto Geraldo de França Silva discorreu sobre: “Observações Preliminares de Colheita Mecanizada na Usina Cucaú”, notável também pelo moderno processo de mecanização de colheita.

ENTREVISTA COM SÔNIA RODA, BIÓLOGA

“Todos precisam ter conhecimento e adotar a questão ambiental como prática cotidiana. Isso vai desde a conscientização do uso de papel e copos descartáveis nos escritórios à liberação de materiais nocivos no meio ambiente”.

Como você, bióloga, vê a iniciativa do Grupo EQM de contratar uma profissional para gerir as ações ambientais?

– A iniciativa é sem dúvida um grande avanço no setor sucroalcooleiro. Muitas empresas já vêm contratando profissionais com formação na área biológica, mas em Pernambuco esta ainda não é uma prática habitual. O grupo EQM sentiu a necessidade de contratar um biólogo com uma visão conservacionista (no sentido da conservação dos recursos naturais) dos processos envolvidos em gestão ambiental, o que facilita resolver demandas relacionadas a impactos causados sobre a biodiversidade, e não apenas um administrador de problemas ambientais.

Qual é a expectativa do Grupo com as ações desenvolvidas?

– A expectativa é grande. Isto estimula mais o meu trabalho no grupo. O presidente do Grupo EQM, Dr. Eduardo Monteiro, tem apoiado as ações ambientais que tenho proposto para as empresas até o momento, consciente de que elas irão auxiliar na solução de passivos ambientais das empresas e na solução de problemas já detectados.

Quais foram os critérios utilizados para a elaboração do plano?

– Nossa meta é aliar a conservação aos processos industriais. Foram vários os critérios estabelecidos, sendo dois os mais representativos: um deles é a conservação dos recursos naturais, como água, áreas florestadas, fauna e flora, que estão diretamente relacionados aos processos industriais. Tudo está interligado em uma empresa. Por exemplo, se não manejamos corretamente a água consumida na usina, assim como aquela que é liberada nos efluentes, quem sofrerá as conseqüências no futuro serão as nossas matas ciliares, os fragmentos florestais e toda a biodiversidade associada. Outro critério é o envolvimento dos funcionários nas questões ambientais das empresas.

Qual é o resultado, a longo prazo, que se pode esperar dessas ações?

– Espera-se que a orientação e adoção de ações a curto, médio e longo prazo, conduzam as empresas do grupo ao mais próximo possível da sustentabilidade, monitorando e avaliando permanentemente para efetuar as correções necessárias ao processo ao longo do tempo. Embora um conjunto de práticas ambientais adotadas pelo setor sucroalcooleiro possa resultar em proteção de remanescentes, aumento de cobertura florestal e adequação à legislação, isso não é suficiente para evitar perda de diversidade biológica e empobrecimento regional. Há necessidade de outros setores industriais se adequarem a uma nova consciência ecológica.

Qual é o papel dos colaboradores da usina para que o projeto tenha sucesso?

– Eles devem participar ativamente de todos os programas ambientais, pois são os atores principais, cada um na sua área. São eles os principais responsáveis para uma gestão ambiental bem sucedida, pois vão “fazer cumprir” e monitorar estes programas. Um treinamento em conscientização e práticas ambientais é o primeiro passo, pois deverão fazer parte de uma nova realidade a ser vivenciada pela empresa. Todos precisam ter conhecimento e adotar a questão ambiental como prática cotidiana. Isso vai desde a conscientização do uso de papel e copos descartáveis nos escritórios à liberação de materiais nocivos no meio ambiente. Do administrador ao empregado que manipula os mais complexos equipamentos na fabricação de açúcar e álcool.