As usinas e destilarias, geralmente localizadas em cidades de pequeno e médio porte, exercem enorme influência na vida social, política e econômica das regiões em que atuam. Algumas delas chegam a gerar mais riquezas que o próprio município. Mudam, em muitos casos, os indicadores de desenvolvimento e as condições de vida da população.
Envolvidas em projetos ambientais e sociais, ou mesmo interferindo nas
articulações políticas, essas unidades produtoras de açúcar e álcool acabam tendo uma estreita ligação com o poder municipal. Não há como negar.
E podem usar a força, prestígio e reconhecimento público para influenciar, de maneira decisiva, na escolha de prefeitos e vereadores.
Qual é o limite dessa relação? A participação de empresários e executivos do setor na política local é positiva ou negativa para os negócios e para a cidade? Como essa questão deve ser tratada?Empresários e lideranças afirmam que negócios e política não devem se misturar no dia-a-dia da atividade sucroalcooleira. Mas, consideram legítimo o envolvimento de representantes do setor na vida pública, apesar das divergências em relação à maneira como isto deve ocorrer.
O presidente das Usinas e Destilarias do Oeste Paulista – Udop e presidente do Grupo Unialco, Luiz Guilherme Zancaner, afirma que os
empresários devem apoiar candidatos comprometidos com o setor, contribuindo inclusive financeiramente de acordo com a legislação. “A decisão em lançar candidatos próprios é familiar e pessoal”, observa. Para o assessor de diretoria da Usina Caeté, de São Miguel dos Campos, AL, Aryl Pontes Lyra – que é primo “distante” do presidente do Grupo, Carlos Lyra – a participação de empresários na política pode ser prejudicial aos negócios, devido principalmente ao paternalismo. “Não se deve misturar as bolas. Quando decide fazer carreira nessa área, o empresário deve se afastar do dia-a-dia da usina”, opina.
O acionista das empresas do Grupo J. Pilon e diretor industrial da
Usina Santa Maria, de Cerquilho, SP, Otávio Pilon Filho, diz que os
representantes do setor têm um papel importante no desenvolvimento dos
municípios. “A visão empresarial cria condições favoráveis para a obtenção de resultados positivos na administração pública”, afirma
Otávio, que foi prefeito de Cerquilho, de 1993 a 1996. “Há uma troca de aprendizagem. Passei a ter uma visão mais social na gestão dos negócios”, reconhece.
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