Uma pequena revolução já em curso começa a mudar a mentalidade de um dos mais tradicionais setores da agricultura brasileira. Por muitas décadas, as usinas de açúcar e álcool sustentaram uma estrutura familiar em sua gestão administrativa. Nos últimos anos, sobretudo a partir do final da década de 90, os empresários começaram a mexer nesta estrutura, substituindo sua gestão familiar por executivos de mercado, dando impulso ao processo de profissionalização do setor. Hoje, boa parte das usinas conta com executivos em seus quadros e os familiares, que ainda ocupam posição
de destaque nas usinas, estão muito mais preparados. Um movimento acontece agora em outras áreas dessas usinas, antes relegadas a um segundo plano. Os departamentos de Recursos Humanos estão ganhando cada vez mais importância na estrutura administrativa dessas usinas. “A desregulamentação do setor provocou uma série de mudanças estratégicas nestas empresas, que tiveram de batalhar por maior participação nos mercados interno e externo”, afirma Mário Ibide, diretor de Recursos Humanos do Grupo Nova América, com duas usinas de açúcar e álcool no país. “As usinas com estratégias de venda voltadas para o varejo foram as mais rápidas neste quesito, fazendo uma reformulação maior nesta área”, explica Ibide.
Segundo Ibide, o grupo Nova América tem o foco na gestão de pessoas arraigado desde sua fundação, em 1947. “O conceito foi trazido pela
mulher do fundador do grupo, que era formada em assistência social”, diz.
O conceito em gestão de pessoas começou a despertar interesse das usinas nos últimos anos. Há alguns anos, as usinas não tinha uma equipe especializada em Recursos Humanos.
“O departamento de RH tem de preparar pessoas, capacitá-las para que as metas das empresas sejam atendidas”, afirma.
Os desafios deste departamento estão concentrados no investimento da
capacidade de lideranças dos funcionários da empresa, na capacitação de formar pessoas, e não se restringir à formação técnica. “O RH
não pode ser separado das outras áreas de atuação das empresas, tem de servir com uma grande área de apoio. “Ibide também faz reuniões com
profissionais do setor sucroalcooleiro para difundir os conceitos de gestão de pessoas nas empresas. Segundo ele, boa parte das usinas não deixa nada a dever para as outras agroindústrias do setor no quesito Recursos Humanos, mas ainda as empresas têm muito a aprender com as multinacionais, quando se trata de gestão de RH.
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