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O país bem cotado na bioenergia

Em relação à bioenergia, o Brasil está citado como modelo num estudo da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), divulgado nesta segunda-feira. Para a instituição, o país criou um sistema de produção que pode servir como paradigma para nações interessadas em adquirir etanol para suprir suas necessidades e preservar o meio ambiente. O trabalho também serve para que, internamente, cada membro da ONU possa aferir as vantagens e as desvantagens do emprego dessa fonte limpa de energia.

O incentivo ao etanol tem como base as preocupações constantes com a emissão de gases poluentes oriundos de fontes como o petróleo, de grande oscilação no mercado a ponto de causar insegurança econômica no mundo. Outro ponto favorável diz respeito às condições propícias para o desenvolvimento da agricultura familiar, gerando emprego e renda e articulando, em torno dessa rede produtiva, uma logística de transporte, a lém de uma infraestrutura agrícola.

Também o levantamento serve para indicar que o próprio Brasil mostra-se como referência de suas teses de viabilidade da energia da cana-de-açúcar pelo fato de ser o segundo maior produtor mundial de bioetanol e ter uma frota de aproximadamente 1 milhão de veículos trafegando abastecido por ele. Isso sinaliza que a indústria nacional é capaz de dar conta da demanda europeia, gerando, dessa forma, novas oportunidades para os trabalhadores do campo no país.

Alguns óbices foram aventados pela FAO no texto e necessitam ser elididos pelo governo federal. Entre eles, estão o risco de diminuição da área plantada para alimentos, o avanço sobre as terras indígenas e os desmatamentos. Contornando-se essas questões, pode-se intensificar as tratativas para que possamos vir a ser um grande fornecedor de etanol para o mundo.