O Brasil está tomando um caminho errado na questão dos combustíveis, ao manter o preço da gasolina artificialmente baixo. Esse foi um dos consensos do primeiro painel de debates do seminário internacional Sustentável 2013, promovido pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), que acontece no Jardim Botânico, no Rio de Janeiro. “Os empresários que investiram em etanol estão chupando o dedo”, disse Marcos Campos Bicudo, chairman do CEBDS e diretor de desenvolvimento de negócio da Masisa. Essa visão foi corroborada pelos demais debatedores, como o ambientalista e professor da USP, José Eli da Veiga.
Para ele, trata-se de um equívoco dizer que existe um dilema entre desenvolvimentistas e ecologistas. “O mais importante é saber o desenvolvimento que queremos”, afirmou. Segundo Eli da Veiga, o governo federal erra ao privilegiar a gasolina em lugar do etanol e as termelétricas, especialmente as movidas a carvão, no lugar das fontes renováveis. “Nunca houve uma disposição genuína de desenvolvimento de fontes alternativas. O setor de energia eólica cavou seu caminho na marra e hoje está parado”.
Por sua vez, Denise Hamú, representante no Brasil do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), pontuou que, de um modo geral, a agenda do País para o desenvolvimento sustentável ainda é muito tímida. Além disso, a atuação do setor público e das empresas ainda é limitado. Ela propôs soluções mais vigorosas para introduzir as práticas de produção e de desenvolvimetno sustentável. “Não podemos continuar apostando em projetos pilotos em um País com as dimensões territoriais, a biodiversidade e a importância estratégica que o Brasil possui neste tema,” disse. “Está na hora de abandonarmos o que não está dando certo e privilegiar o que gera resultado positivos.”