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O carro elétrico dispensa etanol?

O presidente Lula aproveitou a reunião do G-20 para divulgar, em Londres, um estudo que mostra as vantagens do etanol da cana-de-açúcar. Lula tem feito um bom trabalho como “embaixador do etanol” – mas sua pregação em favor do biocombustível brasileiro empolga cada vez menos os europeus.

O etanol pode ser uma boa alternativa para o Brasil, países da África e parte dos EUA. A indústria automobilística da Europa, do Japão, e até mesmo dos EUA, no entanto, tem outros planos para os veículos que estão saindo dos seus centros de desenvolvimento de produtos.

O motor de combustão interna – barulhento e pouco eficiente do ponto de vista energético – parece estar com seus dias contados. O carro elétrico é a aposta da vanguarda da indústria automobilística mundial. Silenciosos, não poluentes, fáceis de conduzir (não têm caixa de câmbio, por exemplo) e de abastecer, os veículos elétricos estão ficando cada vez mais atraentes, com o desenvolvimento de baterias de lítio semelhantes as dos celulares, mais leves e eficientes. A autonomia desses veículos, antes um problema, é cada vez maior. O desempenho e a velocidade final idem. Ou seja, já são carros viáveis.

Querem um exemplo? Depois de algumas experiências frustradas da GM e de outros fabricantes, a norte-americana Chrysler sai na frente e anuncia para o ano que vem o lançamento comercial do Dodge Circuit EV – um belo esportivo com desempenho de supercarro. Com chassi e carroceria de alumínio, baterias de íons e lítio, o Circuit tem motor elétrico de 200 quilowatts (equivalentes a 268 cavalos), autonomia de cerca de 300 quilômetros, acelera de 0 a 100 km/h em cinco segundos, é silencioso, dispensa troca de marchas e pode ser reabastecido na tomada da garagem.

Diante disso, quando Lula apregoa aos europeus as qualidades do etanol da cana pode estar falando ao vento…