O Brasil precisará investir cerca de US$ 3,5 bilhões em 50 novas destilarias de álcool para atender à demanda crescente pelo produto nos próximos 15 anos. A área plantada de cana-de-açúcar também terá que ser ampliada em 3,5 milhões de novos hectares até 2023.
Essa previsão de investimentos, que equivale a uma nova refinaria de petróleo com capacidade de processamento de 300 mil barris por dia, faz parte das Diretrizes da Política Agroenergia 2006-2011, um documento elaborado pelos ministérios de Minas e Energia, da Agricultura, do Desenvolvimento e de Ciência e Tecnologia.
As necessidades de investimento levam em consideração que a capacidade instalada do setor suportaria o processamento de mais de 430 milhões de toneladas de cana para produção de 18 bilhões de litros de álcool e 29 milhões de toneladas de açúcar.
Por outro lado, além do crescimento da demanda interna e externa, a difusão dos veículos flex fuel (movidos a álcool ou gasolina) deve elevar o consumo anual do mercado interno (de aproximadamente 12 bilhões) em 1,5 bilhão de litros de álcool. O setor também prepara-se para exportar mais nos próximos anos.
Consolidadas essas expectativas, a demanda poderá elevar a produção atual de cana em 75%, com o acréscimo de 700 milhões de toneladas.
O desafio do governo, segundo o estudo, será a estruturação de um plano de investimentos capaz de levar os novos investimentos para fora das regiões tradicionais do setor. Para isso, terá que solucionar problemas de infra-estrutura a fim de incentivar a migração da atividade para as regiões Centro-Oeste e para o Estado de Tocantins e sul do Maranhão e Piauí.
Em outubro, a venda de carros bicombustíveis ultrapassou pela primeira vez a comercialização dos veículos movidos a gasolina no acumulado do ano. Até setembro, as vendas de veículos que podem ser abastecidos tanto com gasolina quanto com álcool, bateram em 562.717 unidades, enquanto foram vendidos 544.106 carros a gasolina.