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O Brasil pode ser verde

O sistema energético mundial baseia-se na queima de combustíveis fósseis, como petróleo e gás, que tem sido considerada por especialistas como prática não-sustentável.

O uso destas matrizes é responsável por graves problemas mundiais como o aumento da temperatura global, chuvas ácidas, poluição do ar e situações de instabilidade econômico-social, como instabilidade política e guerras para garantir o acesso ao petróleo e gás, que são cada vez mais escassos.

De acordo com o relatório [R]evolução Energética, do Greenpeace, o crescimento econômico é um dos principais responsáveis pelo aumento na demanda de energia mundial. Desde 1971, cada 1% de aumento do Produto Interno Bruto (PIB) global é acompanhado de 0,6% de aumento no consumo de energia primária.

E no Brasil não é diferente. Com o crescimento dos últimos anos, precisamos construir nossa economia com bases sólidas e fornecim ento de energia sustentável e desvinculada do uso de combustíveis fósseis.

Uma alternativa para isso é o investimento em energia renovável – como turbinas eólicas, painéis solares fotovoltaicos (dispositivos que convertem a energia da luz do sol em energia elétrica) e usinas de biomassa – associado ao uso racional de energia. Ao optar por energias alternativas e eficiência energética, os países do Brics, por exemplo, podem, virt u a l m e n t e, e s t a b i l i z a r suas emissões de CO2 e, ainda, aumentar o consumo de energia.

Com o présal e o etanol, o Brasil está em posição de vantagem. No entanto, o governo poderia incentivar o crescimento da biomassa, em função da existência de várias usinas de álcool no País. A descentralização de energia é essencial para garantir o fornecimento de energia de forma sustentável, sendo economicamente possível a fim de minimizar o impacto ambiental.

Porém, para conseguir criar um mercado de energias renováveis no país serão pr ecisos pacotes de incetivos abrangentes e ambiciosos. Atualmente, existe no Brasil o Proinfa (Programa de Incentivos às Fontes Alternativas de Energia) – que foi criado para aumentar a participação da energia elétrica, produzida por empreendimentos concebidos com base em fontes eólica, biomassa e pequenas centrais hidrelétricas (PCH), no Sistema Elétrico Interligado Nacional (SIN).

Com este cenário, a questão do fornecimento energético deve ser um item prioritário na agenda política. Além do aquecimento global, desafios como a demanda crescente de energia e a volatilidade dos preços do petróleo e do gás, ameaçam a economia mundial. O Brasil deve estar preparado para o futuro cenário do planeta.

E para se preparar, o Brasil também necessitará de investimentos externos, de empresas que possuem know-how em energias alternativas. Já existem empresas da Argentina, França, Alemanha, Itália, entre outras, com negócios no Brasil voltados pra energias renováveis.

Com tan to espaço nesta área para desbravar, empresas vem discutindo cada vez mais a questão de energia alternativa. Em outubro deste ano, por exemplo, cerca de 150 empresários brasileiros estarão reunidos no Meeting Internacional, na Itália para discutir, entre outros assuntos, fontes sustentáveis de energia.